ESTUDANTES OU OUVINTES? O PÚBLICO DAS FACULDADES DE LETRAS E CIÊNCIAS NO SÉCULO 19 (1808-1878)

História Da Educação

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ISSN: 22363459
Editor Chefe: Dóris Bittencourt Almeida
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: História

ESTUDANTES OU OUVINTES? O PÚBLICO DAS FACULDADES DE LETRAS E CIÊNCIAS NO SÉCULO 19 (1808-1878)

Ano: 2011 | Volume: 15 | Número: 33
Autores: Boris Noguès
Autor Correspondente: Boris Noguès | [email protected]

Palavras-chave: ensino superior, curso magistral, modelo educativo, frança, século 19

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O estudo opõe duas categorias no público das faculdades de letras e de ciências no século 19: os estudantes, que desejam uma formação, e os ouvintes livres, que assistem os cursos acima de tudo por prazer. Os decretos que organizam a universidade imperial, a partir de 1808, prevêem cursos para os estudantes. Mas desde a Restauração (1815-1830), os cursos da faculdade tornam-se lugares de expressão política, de representação social ou, simplesmente, de distração e de cultura para a boa sociedade francesa que dispõe de tempo livre. Sobretudo em letras, os cursos são um espetáculo, sem programa científico nem objetivo de formação. O valor do professor é medido por suas qualidades retóricas, mais que suas capacidades científicas. Desde 1837, as críticas oriundas do próprio corpo docente aumentam contra essa situação. Essas críticas assinalam a incapacidade de tal sistema em formar corretamente cientistas e se apoiam na comparação com o estrangeiro (Londres e Turin são citados em 1840, antes que o modelo alemão se tornasse a referência, nos anos 1860). Como as autoridades não reagiram imediatamente, as práticas docentes satisfizeram em parte as carências constatadas, através da adoção de conferências fechadas ou de cursos particulares organizados por iniciativa pessoal de um ou outro professor. A orientação oficial dos cursos da faculdade é realizada progressivamente, a partir de 1855, por razões políticas (centrar o ensino sobre os conteúdos científicos evitando que as faculdades tornem-se lugares de contestação) e econômicas (a França industrial necessitava de quadros técnicos). Em 1868 é criada, a partir do modelo alemão, a Escola Prática de Altos Estudos (École Pratique des Hautes Études), que se destina aos estudantes selecionados e recusa o público exterior. Depois da derrota de 1870 para a Alemanha e a instalação da República, o governo obriga os professores a ministrar uma verdadeira formação nos cursos e generaliza para todos os estudantes inscritos as conferências e os trabalhos dirigidos que lhe são reservados.



Resumo Inglês:

This study contrasts two categories of people within the audience of the faculties of Letters and Sciences in the 19th century: the pupils, who sought training, and the listeners, for whom attending the lectures was above all a leisure activity. The decrees organizing the Imperial University, in 1808, provided courses for students. But during the Restoration (1815-1830), the faculty courses became places of political expression, social representation or, more simply, entertainment and culture for the French high society who had time to waste. In Letters particularly, a course was a spectacle without a scientific program or training goals. The value of the teacher was measured in terms of its rhetorical qualities, rather than its scientific capabilities. Yet from 1837 onwards, criticism could be heard against this trend. It pointed to the inability of such a system to properly train scientists and they were based on comparison with practices abroad (London and Turin were quoted in 1840, before the German model became the reference in the 1860s). If the government did not respond immediately, teaching practices partly filled the deficiencies, through the establishment of closed conferences or private lessons, held at the personal initiative of a particular teacher. The official reorientation of the courses was done gradually, starting in 1855 for political reasons (focus education on science contents prevented faculties from becoming places of contestation) and economic reasons (industrialized France needed managerial staff). In 1868, the Ecole Pratique des Hautes Etudes was created after the German model; it was open only to selected students and repulsed the public outside. After the 1870 defeat against Germany and the establishment of the Republic, the Government required teachers to provide effective training in their courses and generalized to all students enrolled lectures and tutorials reserved for them.



Resumo Espanhol:

Los objetos de estudio son dos categorías en las escuelas públicas de las letras y las ciencias en el siglo 19: los estudiantes que quieren que la formación y la oyentes libres, que asisten a los cursos, sobre todo para el placer. Los decretos de organización de la Universidad Imperial, desde 1808, que ofrece cursos para los estudiantes. Sin embargo, desde la Restauración (1815-1830), cursos universitarios se convierten en lugares de expresión política, representaciónsocial, o simplemente para ocio y cultura para una buena sociedad francesa que tiene tiempo libre. Especialmente en las cartas, los cursos son un espectáculo sin fin o programa científico de la formación. El valor del profesor se mide por sus cualidades de la retórica, en lugar de sus capacidades científicas. Desde 1837, las críticas procedentes de la propia facultad en contra de esta situación aumenta. Estos críticos apuntan a la incapacidad de un sistema para entrenar correctamente y los científicos se basan en una comparación con otros países (Londres y Turín se citan en 1840, antes de que el modelo alemán se convirtió en una referencia en el año 1860). Como las autoridades no reaccionaron de inmediato, las prácticas de enseñanza cumplido en parte las deficiencias encontradas por la adopción de conferencias cerradas o cursos especiales organizados por la iniciativa personal de uno o de otro maestro. La guía oficial de los cursos de la universidad se lleva a cabo progresivamente a partir de 1855, por razones políticas (se centran en la enseñanza de contenidos científicos en la prevención de las escuelas se convierten en sitios de impugnación) y económica (industrial de Francia necesita personal técnico). En 1868 se crea a partir del modelo alemán, la Escuela Práctica de Altos Estudios (Ecole Pratique des Hautes Etudes), que tiene como objetivo a los estudiantes seleccionados y se les niega el exterior público. Después de la derrota de Alemania en 1870 y la instalación de la República, el gobierno exige que los profesores para ofrecer una verdadera formación en cursos y se generaliza a todos los estudiantes que asisten a las conferencias y documentos que le sean dirigidas reservados.



Resumo Francês:

L’étude oppose deux catégories au sein du public des facultés des lettres et des sciences au 19e siècle: les élèves, qui souhaitent une formation, et les auditeurs libres, pour qui l’assistance aux cours est avant tout un loisir. Les décrets qui organisent l’université impériale, à partir de 1808, prévoyaient des cours pour les élèves. Mais, dès la Restauration (1815-1830), les cours de faculté sont devenus des lieux d’expression politique, de représentation sociale ou, plus simplement, de distraction et de culture pour la bonne société française qui dispose de temps libre. Surtout en lettres, le cours est alors un spectacle, sans programme scientifique ni objectifs de formation. La valeur du professeur est mesurée à l’aune de ses qualités rhétoriques, plus que de ses capacités scientifiques. Dès 1837, des critiques venues du corps professoral lui-même s’élèvent pourtant contre cette évolution. Ces critiques soulignent l’incapacité d’un tel système à former correctement des scientifiques et s’appuient sur la comparaison avec l’étranger (Londres et Turin sont citées en 1840, avant que le modèle allemand ne devienne la référence, dans les années 1860). Si les autorités ne réagissent pas immédiatement, les pratiques enseignantes comblent en partie les carences constatées, à travers la mise en place de conférences fermées ou de cours particuliers organisés à l’initiative personnelle de tel ou tel professeur. La réorientation officielle des cours de faculté est réalisée progressivement, à partir de 1855, pour des raisons politiques (resserrer l’enseignement sur les contenus scientifiques évite que les facultés ne deviennent des lieux de contestation) etéconomiques (la France industrielle a besoin de cadres techniques). En 1868, est créée sur le modèle allemand l’École Pratique des Hautes Études, qui ne s’adresse qu’à des élèves sélectionnés et refuse le public extérieur. Après la défaite de 1870 face à l’Allemagne et l’installation de la République, le gouvernement oblige les professeurs à dispenser une véritable formation dans leurs cours et généralise à tous les étudiants inscrits les conférences et travaux dirigés qui leur sont réservés.