Este artigo tem por objetivo identificar as variáveis organizacionais que determinam a probabilidade e intensidade de inovações em empresas da indústria de alimentos do Brasil. A partir das propostas de analisar ativos (recursos e competências) e integração destes como determinantes da geração e adoção de inovações tecnológicas, uma estrutura conceitual foi definida para identificar as variáveis ligadas à probabilidade de uma empresa inovar e daquelas que afetam a maior intensidade inovativa, uma vez que a empresa tenha inovado. Uma abordagem double-hurdle envolvendo modelos censurado e truncado foi utilizada. Nos testes dos modelos foram utilizados os dados de um levantamento sobre o processo de inovação tecnológica em uma amostra de 248 empresas. Os resultados confirmaram que os ativos para inovação 'investimento em tecnologia externamente desenvolvida, investimento em P&D executado internamente e alianças com outras empresas, institutos de pesquisa e universidades para execução externa de P&D, juntamente com tamanho de empresa' determinam significativamente a probabilidade de uma empresa inovar. Por sua vez, as variáveis 'alianças com outras empresas, institutos de pesquisa e universidades para execução externa de P&D, tamanho de empresa e orientação para o mercado' foram associadas com a intensidade inovativa na indústria.
This paper defines the relative role of firms' characteristics on both their likelihood to innovate and the intensity of innovations. Specifically, on the basis of a survey of food firms, it identifies which innovative and complementary assets, when combined in a multivariate framework, are firstly statistically significant in distinguishing innovating from non-innovating firms in the Brazilian Food Industry (BFI), and secondly in distinguishing more from less innovating firms. The objective requires that the analytical model should be adequate to explain firstly the differences observed between an individual firm's likelihood to innovate, and secondly the differences in innovation intensity between innovating firms. Thus, a double-hurdle approach involving censored and truncated models was applied. The findings confirm that firms' innovative assets investment in external technology, investment in R&D, and external alliances, alongside firm size are the significant variables in determining firms' likelihood to innovate, whereas external alliances, firm size and market orientation are related to intensity to innovate in the BFI.