Considerando a relevância do estudo das próteses na cultura informacional contemporânea, e aproximando-o do campo psicopatológico através da idéia dos psicofármacos funcionando como próteses psÃquicas, pretendo problematizar a inserção das novas tecnologias – especialmente as biotecnologias, como a psicofarmacologia – no projeto de longa duração da metafÃsica, descortinando a lógica da vontade de poder em jogo, e suas máscaras. Procurando formas de resistir a esta disponibilização sem fim do real, pela qual o próprio sujeito se vê atingido, objetivando-se das mais variadas formas, a psicanálise se configura como téchne trágica, herdeira de uma transmissão estética e ética da existência, propondo-se a restituir ao homem contemporâneo um saber sobre a sua própria tragicidade, pela qual seria possÃvel afirmar um bem-viver em que a dor de existir não ficaria encoberta.