Este ensaio é um estudo psicanalÃtico a respeito de Lia, paranóica, artista em tempo integral, que, ao tecer suas estórias, viu a linha que separa a ficção da realidade ser esfumaçada em seu ato de escrita. Escritora de romances e poesias, Lia também pinta sobre quaisquer suportes que se lhe apresentam. Consideraremos que sua paranóia não pode ser separada de sua produção literária e gráfica, pois elas estão entranhadas umas nas outras. Assim, o tratamento psicanalÃtico realizado com essa paciente decorreu precisamente daquilo que constitui sua paranóia: sua produção escrita e artÃstica. No desenrolar da situação analÃtica sua escrita é transformada pela leitura de um outro fora dela e, nesse nicho, Lia pôde construir uma forma diferente de subjetivação.