Este artigo propõe uma discussão crÃtica da problemática da vergonha considerada desde a vertente social onde faz sintoma e aonde vem marcar a ferida do ideal. Com efeito, a vergonha é primeiramente um sentimento social: aparece geralmente em reação ao olhar do outro e assinala o fracasso da confirmação narcisista. A hipótese proposta postula que no trabalho clÃnico junto a sujeitos confrontados com uma experiência psicótica, a expressão da vergonha como prova ontológica do olhar do Outro constituiria uma tentativa do sujeito de provar-se como tal. Esta reflexão insiste, através de uma evocação clÃnica, na concorrência entre vergonha, psicose e relação social.