O objetivo deste trabalho é discutir a hipótese de uma causalidade pré-verbal da realidade psÃquica, estabelecida no corpo-a-corpo mãe-criança. O olhar é o objeto que intermedia essa relação. Ele é causa de desejo, institui uma falta e, como a palavra, deixa marcas sobre o bebê. No nosso entender ele constitui um objeto pré-verbal e, como tal, pré-anuncia o verbal, ou seja, cria a condição de. A percepção da mãe sobre o seu bebê é sempre uma suposição, passÃvel de enganos, engodos e desmentidos. O jogo de olhares entre mãe e criança operado nesse campo, instala uma Verleugnung primordial que produz a ilusão de união, suposição de completude, de corpo contÃnuo, desmentindo a experiência de separação que instala a descontinuidade entre ambas e, portanto, a alteridade.