Ao realizar a revisão teórica sobre comunidades de prática, percebemos certa fragilidade na literatura que toma por certo o surgimento espontâneo dessas estruturas sociais no contexto organizacional, independentemente das variáveis culturais, das relações sociais e trabalhistas. Partindo dessa lacuna, este artigo objetiva examinar como emergem as comunidades de prática no contexto organizacional. Para levar a cabo nosso propósito de pesquisa, utilizamos a abordagem qualitativa e o estudo de caso do tipo múltiplo como estratégia metodológica. Constatamos que as comunidades de prática foram pouco verificadas nos casos estudados. Isso nos permitiu perceber que há elementos que funcionam como inibidores à geração de condições fecundas ao desenvolvimento dessas comunidades. Nesse sentido, propomos a noção de "cultura organizacional de aprendizagem socioprática" para melhor entender a criação de condições propÃcias à emergência de comunidades de prática.
In carrying out a theoretical review into communities of practice we saw a certain weakness in the literature that assumes that these social structures arise spontaneously within the organizational context, regardless of the cultural, social relation and labor-law variables. Using this omission as its starting point this article aims to examine how communities of practice spring up within the organizational context. To achieve our research purpose we used the qualitative approach with a multiple case-study as our methodology strategy. We saw there were few communities of practice in the cases we studied. We noticed that there are certain elements that inhibit the generation of fertile conditions for the development of these communities. We propose, therefore, the notion of the "organizational culture of social practice learning" in order to better understand the creation of the conditions necessary for the appearance of communities of practice.