O presente artigo tem como objetivo a investigação da história da
tuberculose no estado do Rio Grande do Sul, assim como sua recuperação
epidemiológica e imunológica, entre os anos de 1990 a 1999, e da ocorrência da
co-infecção TB/HIV, entre os anos de 1998 a 1999. A metodologia utilizada foi a
pesquisa e a revisão de artigos cientÃficos indexados na Medline; o levantamento
bibliográfico de periódicos e artigos da biblioteca do Laboratório de Saúde Pública/
Laboratório Central (Lacen/RS); a obtenção de dados atualizados junto aos programas
de controle da tuberculose do Ministério da Saúde (MS) ou Organização Mundial
da Saúde (OMS) e Secretaria do Estado da Saúde (SES/RS). As pesquisas apontaram
que, neste estado, os pacientes em tratamento, a incidência de casos de tuberculose
e os óbitos diminuÃram consideravelmente entre os anos de 1976 a 1990.
Entretanto, a partir da década de 1990, houve o crescimento constante dos casos de
doença. Em 1990, foram 4.435 casos novos. Já em 1998, foram registrados 5.144
casos, representando um aumento de 13,78%. O coeficiente de mortalidade, em
1990, foi de 2,9/100.000 habitantes e, em 1998, foi de 3,6/100.000 habitantes. A coinfecção
TB/HIV, em 1998, foi de 10,51% entre os casos de tuberculose notificados
e, em 1999, foi de 12,74%. O grupo mais atingido pela co-infecção é o da faixa etária
dos 25 aos 34 anos de idade, com 17,9% dos casos em 1998 e 22,2% em 1999. Este
fato se deve à baixa imunidade das pessoas com HIV-positivo, com vivências de
promiscuidade e usuárias de drogas. Outras circunstâncias se associam a este
risco como alcoolismo e vivência no cárcere penitenciário. Segundo a Secretaria de
Estado da Saúde, 85% dos casos de tuberculose ocorreram em adultos e 15% em
crianças. Dois terços dos casos ocorrem nas minorias populacionais; 66,4% atingem
o sexo masculino e 33,6% o sexo feminino. Concluiu-se que o crescimento gradual
de casos de tuberculose no estado é uma tendência constante, ocorre como conseqüência
de vários fatores, podendo estar correlacionados ou não. São eles a
pandemia da Aids, o crescimento mundial das condições de pobreza e de populações
marginais, o abandono do tratamento quimioterápico e o aumento
multidrogarresistência pela co-infecção TB/HIV.
The present article has the objective of investigating the history of
tuberculosis in the State of Rio Grande do Sul, as well as its epidemic and
immunological recovery, between the years 1990 to 1999, and of the occurrence of
the co-infection TB/HIV, between the years 1998 to 1999. The methodology used
was the research and the revision of scientific articles indexed in Medline; the
bibliographical verification of newspapers and articles of the library of the Laboratório
de Saúde Pública/Laboratório Central (Lacen/RS); the obtaining of updated data from
the Programs of Control of Tuberculosis of the Ministério da Saúde (MS) or World Health Organization (WHO) and Secretaria da Saúde do Estado (SES/RS).
Researches showed that, in this state, in the patients in treatment, the incidence of
cases of tuberculosis and the deaths decreased considerably between the years
1976 to 1990. However, from the 1990’s on, there was the constant growth of the
number of cases of that disease. In 1990, they were 4.435 new cases. But in 1998,
5.144 cases were registered, representing an increase of 13,78%. The mortality
coefficient, in 1990, was 2,9/100.000 inhabitants and, in 1998, it was 3,6/100.000
inhabitants. The co-infection TB/HIV, in 1998, was of 10,51% among the cases of
tuberculosis notified and, in 1999, it was of 12,74%. The most affected group by the
co-infection is the age group of 25 to 34 years old, with 17,9% of the cases in 1998
and 22,2% in 1999. This fact is due to the low immunity of HIV-positive people, with
promiscuity and the use of drugs. Other circumstances are associated to this risk,
such as alcoholism and imprisonment and the penitentiary population. According to
the Secretaria da Saúde do Estado, 85% of the cases of tuberculosis occurred in
adults and 15% in children. Two thirds of the cases occur in the population minorities;
66,4% are of the masculine sex and 33,6% the feminine sex. It was concluded that
the gradual growth of cases of tuberculosis in the state is a constant tendency,
occurring as a consequence of several factors, which could be correlated or not.
They are the pandemic Aids, the world wide growth of the poverty conditions and of
marginal populations, the abandonment of the chemotherapeutic treatment and the
increase of multi drug-resistance for the co-infection TB/HIV.
El presente artÃculo tiene como objetivo la investigación de la
historia de la tuberculosis en el Estado del Rio Grande do Sul, asà como su
recuperación epidemiológica y inmunológica, entre los años de 1990 y 1999, y la
ocurrencia de la coinfección TB/VIH, entre los años de 1998 y 1999. La metodologÃa
utilizada fue la investigación y revisión de artÃculos cientÃficos indexados en Medline;
el levantamiento bibliográfico de revistas y artÃculos de la biblioteca del Lacen/RS
(Laboratório Central); obtención de datos actualizados de la SES/RS (Secretaria da
Saúde del Rio Grande do Sul) - Programa de Control de la Tuberculosis, Ministerio
de la Salud y Organización Mundial de la Salud (OMS). Las investigaciones
señalaron que, en este estado, los pacientes en tratamiento, la incidencia de casos
de tuberculosis y los óbitos disminuyeron considerablemente entre los años de 1976
a 1990. Sin embargo, a partir de la década de 1990, hubo el crecimiento constante
de los casos de enfermedad. En 1990, fueron 4.435 casos nuevos. Pero, en 1998,
fueron registrados 5.144 casos, representando un aumento de 13,78%. El coeficiente
de mortalidad, en 1990, fue de 2,9/100.000 habitantes y en 1998 fue de 3,6/
100.000 habitantes. La coinfección TB/VIH, en 1998, fue de 10,51% entre los casos
de tuberculosis notificados y, en 1999, fue de 12,74%. El grupo más afectado por la
coinfección es el de personas de 25 a 34 años, con 17,9% de los casos en 1998 y
22,2% en 1999. Este hecho se debe a la baja inmunidad de las personas con VIH
positivo, con vivencia de promiscuidad y uso de drogas. Otras circunstancias se
asocian a este riesgo, como alcoholismo y vivencia en la cárcel penitenciaria. Según
la Secretaria da Saúde/RS, 85% de los casos de tuberculosis ocurrieron en adultos
y 15% en niños. Dos tercios de los casos ocurren en las minorias poblacionales;
66,4% afectan el sexo masculino y 33,6% el sexo femenino. Se concluye que el
crecimiento gradual de casos de tuberculosis en el estado es una tendencia constante,
ocurre como consecuencia de varios factores, que pueden estar
correlacionados o no. Son ellos: la pandemÃa del SIDA; el crecimiento mundial de
las condiciones de pobreza y de pueblos marginales; el abandono del tratamiento
quimioterápico; el aumento de la multiresistencia a medicinas por la coinfección TB/
VIH.