Em tempos de penúria, quando alguns insistem em desmentir o fato da catástrofe que inundou de sangue a civilização, a Shoá; quando outros tantos sustentam que o Estado de Israel é o único referente identitário possÃvel para os judeus ou, ao contrário, colocam em questão sua legitimidade; e ainda quando muitos insistem em julgar o conflito Israel/Palestina no eixo maniqueÃsta do bem e do mal; um livro que se propõe interrogar a questão judaica mais além dessas barreiras ideológicas é extremamente bem-vindo. Tanto mais porque a autora, Elisabeth Roudinesco, estabelece ao longo dos capÃtulos uma rigorosa advertência contra o exercÃcio da crueldade e da violência social.