Vivemos numa sociedade marcada por avanços tecnológicos que possibilitaram uma nova dinâmica nos fluxos de informação e na velocidade de sua produção, mas concomitantemente marcada por desigualdades sociais e econômicas que, juntamente com outros fatores, têm resultado na criação de uma forma especÃfica de desigualdade: aquela que hierarquiza diferentes culturas e/ou limita o acesso aos bens culturais existentes. Esse último aspecto chama em particular nossa atenção. Dados do Ministério da Cultura demonstram que o acesso da população aos bens culturais é muito baixo, revelando um desconhecimento em relação à produção artÃstica existente no Brasil, mesmo num contexto em que a proliferação da informação é indiscutÃvel. Tendo em vista esses dados, este ensaio coloca em pauta a questão da educação e da cultura na sociedade da informação. Argumentamos que, ao se propiciarem situações de aprendizagem que levem em conta o patrimônio cultural, criam-se possibilidades de contato com formas diferenciadas de se relacionar com o mundo, favorecendo-se a valorização da diversidade cultural existente e ampliando-se o acesso à s manifestações e práticas culturais, aprendizagens cuja construção sinaliza o enfrentamento das desigualdades de acesso à cultura, assim como de suas hierarquizações.