O surgimento da economia solidária comporta aspectos ainda pouco explorados
quanto à presença das mulheres nesse espaço, tais como a crescente e expressiva participação
feminina nos grupos que articula, em especial nas organizações polÃticas que
lhe constituem também como movimento social; a participação mais expressiva em
grupos mais frágeis e precários; e o fato de serem ocultadas e invisibilizadas tanto no
relato acerca das origens e fatos históricos da economia solidária quanto à expressiva
participação nos grupos, sem que sejam estabelecidos os parâmetros para analisar as
condições de produção dessa ausência. O presente ensaio propõe uma discussão sobre
os aspectos problematizados. Para tanto, reconstitui panoramicamente o percurso
histórico da economia solidária, suas particularidades na América Latina e Brasil,
propondo um diálogo com a teoria de gênero formulada no âmbito feminista, visando
reconstituir o percurso das mulheres no campo analisado e problematizar as relações
que culminam com sua invisibilização como sujeito. Por último, reflete sobre os significados
e reverberações produzidos por tal relação tanto para as trabalhadoras quanto
para o movimento social constituÃdo em torno da Economia Solidária.