A partir de premissas sobre a produção do conhecimento como resultado de um processo interpretativo, discuto a apropriação do mito de Medusa pelo viés do senso comum para, então, revisar o mito e seus significados na medida em que define noções do humano masculino e humano feminino. Enfoco o estatuto do mito como norma simbólica no imaginário coletivo, rastreio algumas de suas derivações no pensamento filosófico e mostro como escritoras contemporâneas intervêm naquele imaginário ao deslocar e subverter sentidos cristalizados pela norma que pauta a
nossa tradição cultural.
From assumptions about the production of knowledge as a result of an interpretative process, I discuss the common sense uses of the myth of Medusa and revisit its narrative and its meanings as they inscribe notions of the human male and of the human female. I then focus on its status as symbolic norm in the collective imaginary, trace some of its derivations in philosophical thought and show how contemporary women writers intervene in that imaginary by displacing and subverting meanings crystallized by the norms which feeds our cultural tradition