Em linguagem natural, parece ser obrigatória a existência de uma relação de sentido
entre o antecedente e o conseqüente em uma proposição com operadores condicionais do tipo
se... então. Essa relação não está inerentemente ligada à forma lógico-semântica do operador,
P ïƒ Q (se P, então Q), nem à sua sintaxe. Sempre nos esforçamos para interpretar a relação
entre antecedente e conseqüente, de alguma forma. Quando a interpretação é difÃcil,
acreditamos estar diante de sentenças pragmaticamente mal formadas. Por isso, acreditamos
que a interpretação de um condicional dependa de inferências pragmáticas que o falante pode
construir com a ajuda do contexto. A interpretação do condicional, em uma interface
lingüÃstica x comunicação, depende de elementos que vão além de uma análise formal. A
estrutura de uma sentença condicional é determinada por sua sintaxe; a semântica da
proposição garante que o uso do condicional dispare uma inferência de relação entre P e Q; e,
em contexto, via pragmática, podemos determinar a natureza dessa inferência.
The existence of meaning in a relation between the antecedent and the consequent
terms in a proposition with a conditional operator (such as if… them) seems mandatory in
natural language. This relation is not inherently derived from the logic form of the conditional
operator, P ïƒ Q (if P, then Q), nor from its syntax. But we always force a natural relation
between the two terms. When we have trouble to establish such relation, we believe we are
facing ill-formed sentences in pragmatic terms. Thus, we believe that the interpretation of a
conditional operator in natural language, when understood in an interface linguistics x communication, depends on elements that extrapolate formal analysis. The structure of a
sentence with a conditional operator is determined by its syntax; the semantics of the
proposition guarantees that the conditional triggers a relation inference between P and Q; and,
via pragmatics, we can determine, in a situation context, the nature of such relation.