Shirley Jackson (1916-1965) foi bem sucedida ao combinar o duplo papel de mulher e
escritora na sociedade norte-americana de meados do século vinte. Este artigo busca desvelar alguns
dos detalhes por detrás deste frágil equilÃbrio. Apesar e/ou por causa de sua condição enquanto mãe e
profissional suas conquistas literárias como cronista da “Era da Ansiedade†foram laudáveis e,
portanto, dignas de um aprofundamento investigativo. Para melhor compreender a experiência
histórica das mulheres naquele contexto, uma revisão do status quo dos Estados Unidos do pós-guerra,
especialmente no tocante a papéis de gênero, se segue não apenas trazendo um fundo histórico, mas
também servindo de foco metodológico para análise literária. A prática literária de Jackson ajudou a
levantar acusações de feminismo contra ela sob a alegação de subversão cultural e insubordinação
social. Finalmente, a questão de se ela era, de fato, uma feminista é debatida levando em consideração
seu discurso literário, em particular as representações de personagens femininos como perspicazmente
retratadas em suas obras ficcionais, correlacionado ao milieu social e histórico.
Shirley Jackson (1916-1965) managed to combine the dual role of being a woman and
a writer in mid-twentieth century American society. This article seeks to unravel some of the
intricacies behind this brittle balance. Despite and/or because of her condition as mother and
professional her literary achievements as a chronicler of the “Age of Anxiety†were laudable and
therefore worthy of further investigation. To better understand the historical experience of professional
women in that context, a review of post-war US, especially regarding gender roles, ensues not only as
historical background but as methodological hotbed for literary analysis. Ms. Jackson’s literary
practice helped raise the charges of feminism against her under the allegation of cultural subversion
and social sedition. Finally, the question of whether she was indeed a feminist is debated taking into
consideration her literary discourse, particularly the representations of female characters as
discerningly portrayed in her fictional works, correlated to her social and historical milieu.