O artigo propõe debater o uso das novas tecnologias digitais na geração e manipulação de
imagem pela indústria cinematográfica e o efeito que a inclusão desses recursos acarreta sobre a
concepção da linguagem visual dos filmes. A própria caracterÃstica, completamente inédita, da imagem
numérica sugere uma mudança de paradigma no significado e uso dos signos visuais. Os recursos
proporcionados pelo uso deste instrumental ampliam de tal maneira as possibilidades de manipulação da
imagem, que lançam um novo desafio ao diretor de fotografia: apoderar-se do potencial técnico-cientÃfico sem sucumbir a ele, utilizando-o com sensibilidade, com o propósito de criar uma nova estética. Ao mesmo tempo, a rapidez, a facilidade e o barateamento do custo possibilitam viabilizar projetos ousados e orçamentos reduzidos. Isso é de interesse especial para as produções brasileiras, particularmente
marcadas pela exigüidade de recursos. Apesar da diversidade de opiniões, por parte dos fotógrafos
brasileiros, sobre os resultados desta nova tecnologia, esta já está se incorporando, definitivamente, à s
produções nacionais contemporâneas. Dessa forma podemos tentar definir uma tendência da linguagem
visual do cinema brasileiro dos últimos anos com a incorporação das novas tecnologias digitais.