ESTUDO PRELIMINAR DE CARACTERIZAÇÃO DE BIOINDICADORES VEGETAIS (FAMÍLIA POACEAE) E NÍVEL DE DEGRADAÇÃO NAS MARGENS DO CÓRREGO PIMENTAS, MUNICÍPIO DE MATUTINA-MG.

Evolução e Conservação da Biodiversidade

Endereço:
Laboratório de Genética Ecológica e Evolutiva, UFV - Campus de Rio Paranaíba, Rodovia BR 354, km 310, Cx Postal 22
/ MG
38810-000
Site: http://www.simposiodabiodiversidade.com.br/ecb
Telefone: (34)3855-9023
ISSN: 22363866
Editor Chefe: Rubens Pazza
Início Publicação: 30/04/2010
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Biologia geral

ESTUDO PRELIMINAR DE CARACTERIZAÇÃO DE BIOINDICADORES VEGETAIS (FAMÍLIA POACEAE) E NÍVEL DE DEGRADAÇÃO NAS MARGENS DO CÓRREGO PIMENTAS, MUNICÍPIO DE MATUTINA-MG.

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Vinícius Londe, José Carlos da Silva
Autor Correspondente: Vinícius Londe | [email protected]

Palavras-chave: mata ciliar, degradação ambiental, bioindicadores, gramíneas.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As matas ciliares são formações vegetais do tipo florestal que ocorrem ao longo das margens
dos cursos d’água podendo se estender por dezenas de metros de largura. São muito
importantes, pois protegem os recursos hídricos, mantém a qualidade da água, atuam como
filtro natural de contaminantes, controlam os processos de erosão e assoreamento nos leitos,
além de atuarem na manutenção do ciclo hidrológico. Mas embora de grande importância, elas
têm sido alvo de diversos impactos antrópicos, estando hoje reduzidas a poucos fragmentos. Os
bioindicadores são organismos cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos
de determinada condição ambiental, expressam sintomas particulares ou respostas que indicam
mudanças no ambiente. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar espécies de gramíneas
como bioindicadores de degradação de mata ciliar do córrego Pimentas, município de Matutina-
MG. Em um trecho de 2400 m2 no leito do córrego foram definidas duas áreas; Área AB e Área
CD, cada uma com 200 metros de comprimento em cada margem, subdivididos em 20
quadrantes de 10 metros cada. A largura delimitada foi de 3 metros em cada margem, também
subdividida em três menores de um metro cada, utilizada para constatar se as espécies de
gramíneas ocupariam distâncias distintas do córrego. A Área AB - margem esquerda, onde se
localiza um fragmento de mata ciliar preservada, foi tida como Local Referência para a
comparação de dados. As principais espécies de gramíneas encontradas foram Pennisetum
purpureum em 56,6% das áreas degradadas, Urochloa mutica (33,3%), Paspalum notatum
(30%), Brachiaria decumbens (23,3%) e Andropogon bicornis (5%). Quanto à localização, em
geral, as espécies estão em maior abundância à distância de 0 a 1 metro na encosta (37,3%).
Entretanto, quando se considera apenas a Área AB margem direita, com resquícios de mata na
encosta, há um distanciamento destes vegetais com maior concentração a 3 metros do córrego.
A concentração e o número de espécies de gramíneas são maiores onde há ausência de mata
ciliar. Os principais tipos de ação antrópica no local são o desmatamento para a formação de
pastagens (90%) e o acúmulo de lixo (38,3%). Pontos de assoreamento compreendem 15% nas
áreas degradadas, erosão 8,3% e vegetação exótica, entendida como gramíneas que crescem
dentro do rio, 6,7%. Não houve percepção de assoreamento, erosão e vegetação exótica no
Local Referência. A constatação de maior porcentagem de gramíneas na encosta do córrego,
nas áreas degradadas, comprova que o desmatamento proporciona condições ao crescimento
destas plantas, e que em ambientes perturbados estes vegetais mostram o nível de danos e
invasão, podendo ser, portanto, considerados bioindicadores de degradação. Estes não devem
ser vistos negativamente, mas como fatores de entendimento da ação antrópica e do nível de
degradação de uma área, fornecendo subsídios para seu manejo e recuperação.