Com o crescente aumento da erosão dos recursos genéticos vegetais, a preocupação principal é
a diminuição ou perda da variabilidade genética de espécies cultivadas gerando o estreitamento
da base genética. A vulnerabilidade resultante do estreitamento da base genética só pode ser
evitada com variabilidade, a qual depende dos recursos genéticos disponÃveis, ou seja, do
germoplasma da espécie. Esta diversidade de espécies pode ser encontrada em unidades
conservadoras de material genéticos denominados Bancos de Germoplasmas. A Universidade
Federal de Viçosa tem o Banco de Germoplasma de Hortaliças que possui cerca de 2900
subamostras de Solanaceae diferentes. Dentre essas subamostras temos o tomateiro, onde se
têm realizado estudos na área de caracterização agronômica e resistência a doenças e pragas.
Dentre as pragas a mosca branca Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) constitui
importante agente causador de perdas nesta cultura. Os danos causados pelos adultos e pelas
ninfas de mosca branca consistem na sucção de seiva e injeção de toxinas, que influenciam no
desenvolvimento da planta, afetam seu crescimento, sua capacidade de produção e a qualidade
do produto final. O principal método de controle do biótipo B de B. tabaci é feito por meio de
inseticidas. Porém, muitas vezes estes inseticidas não são eficazes. Além da baixa eficácia, os
inseticidas podem poluir o ambiente, reduzir a densidade de inimigos naturais e selecionar
biótipos resistentes. A busca por alternativa de controle de B. tabaci pode se aplicar ao uso de
cultivares resistentes a este inseto praga. Assim os bancos de germoplasma representam uma
fonte de variabilidade genética de plantas resistentes a insetos pragas. No entanto, ainda
existem poucos trabalhos com subamostras de bancos de germoplasma na busca de fontes
resistentes à mosca branca. Assim o objetivo deste trabalho foi selecionar novas fontes de
resistência a B. tabaci dentre 34 subamostras de tomateiro do Banco de Germoplasma de
Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa. Para determinar o mecanismo e a causa de
resistência avaliaram-se os números de adultos/planta, ovos/planta, ninfas/planta e o número
de tricomas/0,04 cm2. Detectaram-se diferenças significativas no número de adultos, ovos,
ninfas/planta e tricomas/0,04 cm2 do limbo foliar dentre as subamostras. Os BGHs-166, 616,
850, 990, 2102 e 2125 com menor número de adultos, ovos e ninfas/planta, tiveram menor
densidade de tricomas/0,04 cm2. O mecanismo de resistência associado a estes BGHs foi
antixenose. Além disso, identificou-se a densidade de tricomas como possÃvel causa da
resistência dessas subamostras a esta praga.