Como parte da pesquisa de doutorado “Geografia do lugar: uma proposta metodológica de ensino no/do campo em Catalão/GOâ€, discutimos a condição da mulher no lugar clivado pelo global. Analisamos como as mulheres em suas práticas (re) afirmam as suas singularidades no lugar (LEFEBVRE, 1999). A Comunidade Morro Agudo (Cisterna), onde se localiza a escola pesquisada, se destacou durante a década de 1990 na produção do alho (MENDONÇA, 1998; MENDES, 2005). Atualmente, o cultivo do alho continua sendo o principal produto, mas, há outros cultivos e relações de trabalho na região. Em pesquisa de campo, realizada na Vila Sucena, com grupo de alunos da escola, em 2010, nos deparamos com diversas mulheres desempenhando atividades relacionadas com a produção de alho, o que indica divisão do trabalho e capturas do trabalho feminino. Desse, buscou-se compreender o papel da mulher na Comunidade, as relações de trabalho que as envolvem, e como essa realidade pode fornecer elementos para que a escola trabalhe o gênero no cotidiano escolar. A metodologia para obter informações foi desenvolvida em oficina com alunos da escola, onde foram feitas atividades dentro de uma perspectiva qualitativa e participante (BRANDÃO, 1981; MATOS E PESSOA, 2009). Os principais resultados obtidos: a mão-de-obra feminina é utilizada na cultura do alho, pois é mais barata em comparação à masculina; é de base local, não havendo custos com transporte. A escola não é o único lugar onde a educação acontece, ela deve considerar os saberes-fazeres dos sujeitos no processo de ensino-aprendizagem (CAVALCANTI, 2002; CALLAI, 1999).