O artigo trata do problema da transição nas Empresas Assumidas por Trabalhadores (EAT) ou
empresas “recuperadasâ€. Definido como percurso da gestão tradicional capitalista à gestão
coletiva e democrática, o problema é enfrentado sob o prisma teórico a partir de três modelos
construÃdos em meio ao debate sobre “organizações alternativasâ€, em vigor nos anos 70-80. A
partir dos modelos, constrói-se três figuras da transição propondo-lhes como abertura
analÃtica para compreender o problema da transição heterogestão-autogestão. A análise
permite tipificar as EAT como organizações em transição e desenhar a trajetória pela qual a
transição se manifesta como problema. As três figuras definem etapas de transição de um
processo aberto. Conclui-se que a autogestão é bem representada pelo conceito de práxis, o
que significa que tem o sentido de permanente renovação e criação de práticas e processos.
Pensar as organizações em transição é representá-las como um „estado‟, mais do que como
uma „forma‟ acabada. O fenômeno organizacional das EAT tem referência, portanto, numa
práxis autogestionária. O artigo conclui propondo a validade do conceito de organização em
transição para análise dos empreendimentos da economia solidária (EES), já que eles podem
ser entendidos como organizações em construção permanente.
The paper deals with the problem of transition in Companies Assumed by Workers (CAW).
Defined as the trajectory from traditional to collective and democratic management, the
problem is discussed theoretically with the support of three propositional models built amidthe 1970-80‟s intense debate on “alternative organizationsâ€. Three figures of transition are
constructed based on these models and proposed as analytical bridges for the better
understanding of the transition in case. The analysis allows a typification of CAW as
organizations in transition and traces the path by which transition shows up as a problem. The
three figures define stages of an open-ended process. In conclusion worker‟s self-management
is well represented by the concept of praxis, meaning that it bears the sense of permanent
renovation and creation of practices and processes. To think on organizations in transition is
to represent them as “states†more than as definite “formsâ€. Hence, the organizational
phenomenon of CAW has reference in a self-managerial praxis. In conclusion, the paper
proposes the concept of organization in transition to be expanded to analyze enterprises within
solidary economy movement as a whole, since all of them could be apprehended as
organizations in permanent construction.