O objetivo deste artigo é mostrar como a Repartição de EstatÃstica e Arquivo foi
um dos braços fortes da Administração Pública na virada do século XIX, tendo sido
responsável pela elaboração de levantamentos estatÃsticos, análises quantitativas e
guarda/disponibilização de documentos. A intenção era a de orientar melhor as ações de
controle social, reafirmando antigas estruturas de poder. Por isso, lançou mão de anuários
estatÃsticos e da publicação dos Documentos interessantes para a história e costumes de
São Paulo. Contando com forte apoio do governo estadual, a Repartição usufruÃa ainda de
amplo respaldo junto a instituições privadas como o IHGSP (Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo). Juntas, tornaram-se responsáveis pela construção de um discurso
identitário, fortalecendo o elemento regional sobre o nacional. Assim, São Paulo passou a
ser pensado como a grande força construtora do Brasil, legitimando a hegemonia do estado
sobre o restante do paÃs.