No processo de envelhecimento, as relações de gênero determinam uma grande fragilização das mulheres, levando-as à necessidade de buscar uma identidade dentro de contextos de relacionamento criados no interior do seu grupo de referência. Visando à identificação de elementos subsidiários à concepção de programas de apoio psicossocial voltados para este segmento social, foram identificadas algumas categorias de análise, relacionadas à prática de atividades fÃsicas. Uma análise de conteúdos com base na inclusão em categorias temáticas ex post facto, realizada sobre entrevistas semi-estruturadas com dez mulheres com idades acima de sessenta anos, permitiu identificar três grandes blocos de itens: a) alternativas à inércia/isolamento, relacionadas à socialização; b) saúde mental, com base em realização e experiência; c) condicionamento fÃsico, compreendendo desdobramentos como a vivência dos limites, o caráter de prevenção a doenças e de facilitação nas tarefas diárias. Tais resultados identificam, no caráter receptivo e de continência dos grupos para a realização de atividades fÃsicas, alguns elementos de ativação e de saÃda da inércia e suas decorrências para o equilÃbrio emocional e auto-estima, ligados a conteúdos presentes nos processos de formação de identidade, na mulher idosa, com a retomada da auto- realização e reconstituição de danos causados por limites determinados por papéis de gênero e estigmas do envelhecimento.