Este artigo é inteiramente dedicado à análise dos atributos e das caracterÃsticas que surgem associados ao constructo de autodirecção na aprendizagem e resulta de um projeto de investigação desenvolvido pela autora. Para este efeito, parte-se das três dimensões essenciais do constructo: psicológica (ou de atributo pessoal), pedagógica (ou de processo de aprendizagem) e sociológica (ou social). Com base nestas dimensões discutem-se diferentes propostas de caracterização do educando com elevados nÃveis de autodirecção (e.g., LONG, 1989b; BROCKETT & HIEMSTRA, 1991; CARRÉ, 1997, 2000; DECI & RYAN, 2000; NOGUEIRA, 2006). Neste âmbito elencam-se, também, vários esforços de sistematização dos contributos dos investigadores nas últimas décadas (e.g., KITSON, LEKAN & GUGLIELMINO, 1995; GUGLIELMINO et al., 2005). Expõem-se, em seguida, alguns dos fatores analisados nos componentes anteriores do artigo. Discutem-se, entre outras, a quantidade de projetos e o número de horas dedicado a iniciativas independentes de aprendizagem, os estilos de aprendizagem, a inteligência, a criatividade, o autoconceito ou o nÃvel de instrução (e.g., GUGLIELMINO & KLATT, 1994; VAN DEUR, 2004; VAN DEUR & MURRAY-HARVEY, 2005; NOGUEIRA, 2006). Nota-se, contudo, que embora tenhamos revisto um conjunto considerável de estudos, os resultados reportados na literatura são, muitas vezes, contraditórios, o que torna mais complexa a definição de um perfil do educando autodirigido. Deixamos, por conseguinte, o desafio de que outros investigadores procedam a resenhas crÃticas do conhecimento cientÃfico neste domÃnio e que desenvolvam trabalhos de investigação subordinados a esta problemática.