O presente artigo baseia-se nos dados de uma pesquisa referente à relação dos alunos com a cultura comum.
Realizada em dois colégios da cidade de Amiens (França), a pesquisa teve como propósito investigar se a escola
permite modular o sentido desenvolvido pelos alunos em relação à cidadania, ou, ao contrário, se contribui para
perpetuar uma leitura da sociedade em termos de fronteiras étnicas. A primeira seção do artigo é dedicada aos
esclarecimentos de ordem teórica e aos termos do debate sobre a cultura comum na França. A segunda parte
refere-se à permanência dos referenciais étnico-raciais no universo juvenil escolar. Na terceira seção, analisa-se
as categorizações étnicas com a medida da relação que os alunos têm com a cultura comum. Finalmente, a quarta
parte examina as perspectivas da construção, pela escola, de um enquadramento comum.