Quando analisamos a história de uma ciência somente a partir de seus aspectos
formais, muitas vezes desconsideramos que a organização da ciência depende de uma rede
de relações sociais responsável por produzir e amparar sua aceitação e manutenção ao longo
do tempo. No presente estudo, analisamos como tal rede se constituiu e contribuiu em parte
da formação histórica inicial da análise do comportamento enquanto comunidade cientÃfica,
emergente entre as décadas de 1930 e 1950, nos Estados Unidos. Esta investigação baseou-
-se no exame dos seguintes pontos: (a) o intenso contato informal entre B. F. Skinner e F.
S. Keller, como primeiro passo para o estabelecimento institucional de uma nova ciência
do comportamento; (b) a rejeição do delineamento experimental de sujeito único por parte
significativa da psicologia experimental norte-americana, aliada às dificuldades de comunicação
e ao isolamento entre os primeiros analistas do comportamento, como motivo para o
inÃcio da organização social do campo; (c) a primeira conferência de análise experimental do
comportamento, em 1947, como fonte de propagação de uma nova comunidade cientÃfica.
O funcionamento social de uma nova ciência - por meio de uma rede de relações informais
que resultou em sua crescente formalização, institucionalização, visibilidade e aceitação - é a
principal conclusão derivada da presente investigação.
When we analyze the history of a science based in its formal aspects, we don’t frequently
take into account that the science organization depends on a social relation net responsible
for the production and support of its acceptance and maintenance along the time. In this
present study, we analyze the way this net was formed and was a responsible part for the initial
historic formation of the behavior analysis as a scientific community, which emerges between
the 1930s and the 1950s in the United States of America. This investigation had the following
topics as basis: (a) the intense informal contact between B. F. Skinner and F. S. Keller, as a first
step to the institutional establishment of a new behavior science; (b) the rejection of the experimental
outlining of a unique subject, by a significant part of the north-american experimental
psychology, and the communication difficulties and the isolation among the first behavior
analysts, as reasons for the start of a social organization of the area; (c) the first conference of
the experimental analysis of the behavior in 1947 as a spreading source of a new science community.
The social organization of a new science - through a net of informal relationships that
were born from its growing formalization, institutionalization, visibility and acceptance are the
main conclusions derived from the present study.