O “insight†tem sido interpretado na análise do comportamento como a resolução
súbita de um problema quando dois ou mais repertórios diferentes, previamente aprendidos
em separado, se interconectam em uma nova situação, produzindo sequências originais de
comportamento. Este artigo apresenta as principais pesquisas da área, explicitando as variáveis
que parecem contribuir para a produção do fenômeno, tais como o tamanho da câmara
experimental, a ordem e a quantidade de treino dos repertórios pré-requisitos e a saliência
dos estÃmulos envolvidos. Além disso, o artigo aponta alguns limites na relevância dos estudos
realizados, oriundos fundamentalmente do uso de objetos sem função reforçadora na configuração
das situações-problema. Por fim, são discutidas algumas dificuldades impostas pela
própria interpretação comportamental do fenômeno. A definição de insight como interconexão
espontânea de repertórios mantém o aspecto internalista da concepção original do fenômeno e
depende da inferência de processos comportamentais conceituados um tanto vagamente – os
quais não foram comprovados empiricamente, sendo um fenômeno curioso sob a ótica do
modelo causal de seleção por consequências, uma vez que se trata de um processo tudo ou
nada no qual a medida de interesse é a ocorrência de um único comportamento. Conclui-se
que uma definição de insight ainda é muito incipiente na análise do comportamento.
“Insight†has been interpreted in behavior analysis as the sudden resolution of a
problem when two or more different repertoires, previously learned separately, interconnect
in a new situation, producing original sequences of behavior. This paper presents the main
researches in the area, demonstrating the variables that appear to contribute to the production
of the phenomenon, such as the size of the experimental chamber, the order and amount of
training of the prerequisite repertoires and the salience of the stimuli involved. In addition,
this article points out some limits on the relevance of the conducted studies, mainly from the
use of objects without reinforcing function in the configuration of the problem situations.
Finally, this paper discusses some difficulties imposed by the behavioral interpretation of the
phenomenon. The definition of insight as spontaneous interconnection of repertoires maintains
the internalistic aspect of the original conception of the phenomenon and depends on
the inference of behavioral processes conceptualized somewhat vaguely that have not been
proven empirically, and it is a curious phenomenon from the perspective of the causal model
of selection by consequences, as it is an all-or-nothing process in which the measure of interest
is the occurrence of a single behavior. The conclusion is that a definition of insight is still very
incipient in behavior analysis.