O presente estudo teve por objetivo conhecer a estrutura fitossociológica da vegetação arbustivoarbórea
colonizadora em um plantio, abandonado há 50 anos, de Eucalyptus spp., no MunicÃpio de
Lavras, MG, visando diagnosticar a existência de grupos de espécies, de gradientes vegetacionais
e a diversidade alpha. A amostragem fitossociológica, realizada pelo método dos quadrantes,
contou com 100 pontos, distribuÃdos em seis transecções de comprimentos variáveis. Estiveram
passÃveis de inclusão todos os indivÃduos com diâmetro a altura do peito (DAP) (≥5 cm). O
levantamento resultou em uma densidade de 854,28 indivÃduos/ha, com 91 espécies, distribuÃdas
em 67 gêneros e 31 famÃlias. Destacaram-se, em valor de importância, Piptadenia gonoacantha,
Copaifera langsdorffii, Tapirira guianensis e Ocotea corymbosa. A análise da distribuição dos
indivÃduos em classes de diâmetro revelou uma comunidade em plena regeneração. A maioria
das espécies apresentou sÃndromes de dispersão zoocórica, sugerindo que o plantio pode ter
servido de abrigo e refúgio para espécies da fauna dispersora presente na região. As guildas de
regeneração mais frequentes foram as de pioneiras e clÃmax exigentes de luz, possivelmente em
função da mortalidade de indivÃduos de Eucalyptus spp., que ocasionou clareiras de diferentes
tamanhos. Foi diagnosticado um gradiente vegetacional longo, com uma mudança gradativa na
equabilidade entre os quatro grupos de espécies caracterizados pela análise de agrupamento. Os
Ãndices de diversidade (H’ = 3,58) e equabilidade (J = 0,794) de espécies foram semelhantes aos
encontrados em outros levantamentos fitossociológicos, em plantios de Eucaliptus spp.. Dessa
forma, o plantio funcionou como um catalisador da regeneração natural na área de estudo.