Pretende-se, neste artigo, fazer um balanço crÃtico acerca da noção de indÃgena na BolÃvia, em contraposição à concepção de Estado-nação eurocêntrico. Busca-se resgatar algumas contribuições dos movimentos indÃgenas bolivianos (MIBs), a partir de sua formação histórica, mas principalmente centrado nos ciclos de ações coletivas quase insurrecionais, iniciados entre 2000 e 2005. Assim, visualiza-se, entre várias questões, a reorientação da ação coletiva dos MIBs, manifestada por meio de um forte discurso étnico, da luta pela redistribuição das riquezas e do direito de se governar tendo como pressuposto o direito consuetudinário, que, por fim, visa a uma democracia mais inclusiva e participativa com relação à plurinacionalidade e de cunho “descolonial†para as trinta e seis nações originárias da BolÃvia.
In this article, it is intended to make a critical assessment about the notion of indigenous people in Bolivia, as opposed to the Eurocentric concept of nation-state. The aim is to rescue some contributions of Bolivian indigenous movements (MIBs), from its historical formation, but primarily focused on the cycles of collective action almost insurrectionary, started between 2000 and 2005. This way, it’s possible to observe, among many issues, the reorganization of the collective action of MIBs, manifested by a strong ethnic discourse, the struggle for redistribution of wealth and the right of self-government having as basis the common law, which ultimately, aims at a more inclusive and participatory democracy in relation to plurinationality and with a “decolonial†stamp to the thirty-six nations originating in Bolivia.