A chamada "nova psiquiatria cultural" propõe uma reformulação na relação entre as palavras e as coisas no campo médico. Esta reformulação consiste em uma leitura polissêmica da experiência de adoecimento. Neste artigo nosso objetivo é, a partir de uma leitura foucaultiana, problematizar esta proposta e apontar seus limites. Considerando o enfoque dado à discursividade no trabalho teórico de Foucault, torna-se possÃvel uma radicalização na reformulação entre palavras e coisas; entre discurso e sentido; entre fala e sujeito falante. Pela noção de prática discursiva, o discurso ganha materialidade e produz formas de subjetividades. É na ordem discursiva que se instaura a experiência de adoecimento e que é instituÃdo o sujeito adoecido; que a doença surge como acontecimento e se faz presente como "desgoverno".
The so called "new transcultural psychiatry" proposes a reformulation of the relationship between words and things in the field of medicine. This reformulation consists of a polissemic reading of the illness experience. In this article our aim is to question this proposal and point out its limits, through a foucaultian perspective,. Considering the importance of discursivity in the theoretical work of the author, it is possible to radicalize the reformulation of the relationship between words and things; between discourse and its meaning and between speech and the speaking subject. Through the notion of discursive practice, discursivity gains materiality and produces forms of subjectivity. It is in the discursive order that the illness experience is initiated and that the illness subject is constructed; that illness emerges as an event and makes itself present as "disgovernance".
La llamada "nueva psiquiatrÃa transcultural" propone una reformulación en la relación entre las palabras y las cosas en el campo médico. Esta reformulación consiste en una lectura polisémica de la experiencia de enfermedad. En este artÃculo, nuestro objetivo es, a partir de una lectura foucaultiana, problematizar esta propuesta y apuntar sus limitaciones. Si se considera el enfoque que se da a la discursividad en el trabajo teórico de Foucault, es posible radicalizar la reformulación entre palabras y cosas; entre el discurso y el sentido; entre habla y sujeto hablante. A través de la noción de práctica discursiva el discurso adquiere materialidad y produce formas de subjetividad. Es en el orden discursivo que se instaura la experiencia de enfermedad y que se instituye el sujeto enfermo; que la enfermedad surge como un acontecimiento y se hace presente como "desgobierno".