A fenestração na cirurgia de Fontan (CF) melhora
o resultado imediato no pós-operatório, por descompressão
do circuito venoso-pulmonar e aumento do débito cardÃaco,
a despeito da dessaturação arterial de oxigênio e do risco
de embolia paradoxal. Geralmente as fenestrações são
ocluÃdas percutaneamente no seguimento a médio prazo.
Este estudo teve como objetivo relatar a experiência institucional
na oclusão percutânea da fenestração. Métodos:
Estudo descritivo longitudinal, observacional, retrospectivo,
de uma coorte não-consecutiva de pacientes. O
procedimento foi realizado sob anestesia geral com a
ajuda de ecocardiograma transesofágico. O teste de oclusão
da fenestração com cateter Bermann angiográfico foi realizado
antes da intervenção. Diferentes técnicas e dispositivos
foram empregados para a oclusão da fenestração.
Resultados: Entre abril de 2004 e dezembro de 2010, 12
pacientes (média de idade, 103,1 + 88,6 meses; peso,
29,9 + 12,7 kg) submetidos a CF (10 tubos extracardÃacos,
2 túneis intra-atriais) foram tratados 44,1 + 26,7 meses após
a CF. Um paciente não tolerou o teste de oclusão com o
balão, sendo contraindicado o procedimento. As próteses
utilizadas foram: HelexTM (4 pacientes), AmplatzerTM (2 pacientes),
Cardia AtriaseptTM (2 pacientes), FigullaTM (1 paciente),
CeraTM (1 paciente), e 1 stent coberto Cheatham-PlatinumTM.
Após a oclusão da fenestração, a saturação de oxigênio
aumentou significativamente (82,1 + 6,5% para 95,2 +
3,2%), sem aumento significativo da pressão venosa central
(12,4 + 2,6 mmHg para 14,5 + 2,3 mmHg) nem queda
do débito cardÃaco. Após o procedimento foi observado
shunt residual imediato em 5 pacientes, que desapareceu
antes da alta. Conclusões: A oclusão percutânea das fenestrações
após CF pode ser realizada com várias opções
de próteses e técnicas, sendo um procedimento seguroe efetivo e que resulta em normalização dos nÃveis de
saturação.
Surgical fenestrations improve the early postoperative
outcomes of the Fontan operation (FO) as a
result of reduced systemic venous congestion and increased
cardiac output, in spite of mild systemic desaturation and
risk of paradoxical embolization. Generally, these fenestrations
are occluded in the midterm follow-up. This study
was aimed at reporting our experience with the percutaneous
occlusion of Fontan fenestrations. Methods: Longitudinal
descriptive, observational, retrospective study of a non-consecutive
cohort of patients. The procedure was performed
under general anesthesia with the guidance of the transesophageal
echocardiogram. A fenestration occlusion test
was performed prior to the intervention using a Bermann
angiographic catheter. Different techniques and devices
were used to occlude fenestrations. Results: From April
2004 to December 2010, 12 patients (mean age 103.1 +
88.6 months; weight 29.9 + 12.7 kg) undergoing FO (10
extracardiac conduits, 2 intra-atrial tunnels) were treated
44.1 + 26.7 months after the operation. One patient failed
the balloon occlusion test and the procedure was contraindicated.
The following devices were used: HelexTM (4 patients),
AmplatzerTM (2 patients), Cardia AtriaseptTM (2 patients),
FigullaTM (1 patient), CeraTM (1 patient) and 1 covered Cheatham-
PlatinumTM stent. After fenestration closure there was
a significant increase in oxygen saturation (82.1 + 6.5%
to 95.2 + 3.2%), without a significant increase in central
venous pressures (12.4 + 2.6 mmHg to 14.5 + 2.3 mmHg)
or reduction of cardiac output. Immediate residual shunt
was observed in 5 patients, which disappeared before
discharge. Conclusions: Percutaneous occlusion of Fontanfenestrations can be performed safely and effectively using
a variety of techniques and devices resulting in normalization
of systemic saturation levels.