A intervenção coronária percutânea (ICP) por
via radial ainda é pouco utilizada em nosso meio. O objetivo
do presente estudo foi avaliar a prevalência e os
resultados da ICP por via radial, comparada à via femoral,
em uma população do mundo real. Métodos: Registro
unicêntrico, com 507 pacientes consecutivos submetidos
a ICP pelas vias radial (n = 121) e femoral (n = 386), de
acordo com a escolha do operador. Resultados: Os pacientes
que utilizaram a via radial (23,9%) eram mais frequentemente
do sexo masculino (78,5% vs. 69,9%; P = 0,07) e
tabagistas (19,8% vs. 11,7%; P = 0,02), com maior
prevalência de lesões uniarteriais (59,5% vs. 46,4%), tipo
A/B1 (39% vs. 28,4%) e com função ventricular preservada
(87,1% vs. 73%; P < 0,01). Nesse grupo foram utilizados
stents de maior diâmetro e menor comprimento. O sucesso
do procedimento foi elevado (97,3% vs. 96,3%; P = 0,56)
e a incidência de óbito foi baixa, não diferindo entre os
grupos (0,8% vs. 0,8%; P = 0,96), assim como as taxas de
infarto do miocárdio (2,5% vs. 2,1%; P = 0,73). Não ocorreram
revascularizações do vaso-alvo de urgência. Os
pacientes tratados pela via radial permaneceram menos
tempo internados (1 dia vs. 2 dias; P = 0,02) e não apresentaram
complicações vasculares (0 vs. 3,4%; P = 0,045).
Conclusões: A utilização da ICP por via radial representa
o dobro da média nacional na instituição em que o estudo
foi realizado, e a escolha de pacientes para essa técnica
trouxe resultados do procedimento equivalentes aos da via
femoral, nenhuma complicação vascular, e reduziu à metade
o tempo de internação hospitalar.
In our country radial access is still underused
in percutaneous coronary interventions (PCI). The objective
of this study was to evaluate the prevalence and compare
radial to femoral vascular access for PCI in a real-world
population. Methods: Single center registry, with 507 consecutive
patients undergoing PCI by radial (n = 121) and
femoral (n = 386) access, according to the operator’s
choice. Results: Patients using radial access (23.9%) were
more often male (78.5% vs. 69.9%; P = 0.07) and smokers
(19.8% vs. 11.7%; P = 0.02), had a higher prevalence of
single-vessel disease (59.5% vs. 46.4%), type A/B1 (39% vs.
28.4%) lesions and had preserved ventricular function (87.1%
vs. 73%; P < 0.01). Larger diameter and shorter stents were
used in this group. Procedure success was high (97.3% vs.
96.3%; P = 0.56), the incidence of death was low and was
not different between groups (0.8% vs. 0.8%; P = 0.96), as
well as myocardial infarction rates (2.5% vs. 2.1%; P = 0.73).
There were no urgent target-vessel revascularizations. Patients
treated by the radial approach had a shorter hospitalization
period (1 day vs. 2 days; P = 0.02) and did not
have vascular complications (0 vs. 3.4%; P = 0.045).
Conclusions: The use of radial access for PCI in our institution
is twice the national average and the choice of patients
for this technique provided similar results to those obtained
by the femoral approach, no vascular complications and
halved patients’ average stay in hospital.