Estudos prévios comparando stents farmacológicos
(SFs) e stents não-farmacológicos sugerem eficácia e
segurança dos SFs no tratamento de pacientes com infarto
agudo do miocárdio (IAM). No entanto, a evolução tardia
de pacientes com IAM tratados com SFs na prática diária
permanece desconhecida. Este estudo teve como objetivo
investigar o seguimento tardio de pacientes com IAM recente
tratados com SFs na prática diária do mundo real.
Métodos: Entre maio de 2002 e junho de 2009, 3.018
pacientes não-selecionados com indicação de intervenção
percutânea eletiva ou de emergência foram consecutivamente
tratados com SFs em uma instituição clÃnica. O seguimento
tardio de até sete anos foi realizado em 98%, com
mediana de 3,4 anos. Os pacientes foram divididos em dois
grupos: pacientes com IAM recente (< 30 dias) e pacientes
sem IAM recente. Resultados: Os pacientes com IAM recente
tinham menos comorbidades e mais doença multiarterial
(68,1% vs. 60,7%; P < 0,001), lesões com trombo (13,6% vs.
1,3%; P < 0,001), fluxo TIMI 0/1 (8,3% vs. 1,1%; P < 0,001)
e disfunção moderada/grave do ventrÃculo esquerdo (23,2% vs.
10,9%; P < 0,001), comparativamente aos pacientes sem
IAM recente. O grupo IAM recente recebeu 1,6 + 0,8 stent/
paciente e mais inibidores da glicoproteÃna IIb/IIIa (19,6% vs.
2%; P < 0,001), mas o sucesso angiográfico foi similar
nos dois grupos (> 99%). No seguimento tardio, a incidência
de óbito cardÃaco (6,4% vs. 2,7%; P < 0,001) e de
trombose de stent (3,6% vs. 1,3%; P < 0,001) foi significativamente
maior no grupo IAM recente. O IAM recente
permaneceu como preditor independente de trombose de
stent na análise multivariada (RR 2,96, IC 95% 1,62-5,41;
P < 0,001). Conclusões: Pacientes com IAM < 30 dias
tratados com SFs apresentaram pior prognóstico quandocomparados aos pacientes sem IAM recente, incluindo
aumento significativo do óbito cardÃaco até sete anos de
acompanhamento, e ocorrência 2,5 vezes maior das taxas
de trombose de stent.
Previous studies comparing drug-eluting stents
(DES) and bare-metal stents suggest efficacy and safety of the
DES in the treatment of patients with myocardial infarction
(MI). However, the late evolution of patients with MI treated
with DES in the daily practice remains unknown. Our goal
was to investigate the late follow-up of patients with MI
recently treated with DES in the real world. Methods:
Between May 2002 and June 2009, 3,018 non-selected
patients with indication for elective or urgent percutaneous
coronary intervention have been consecutively treated with
DES in a clinical institution. The 7-year follow-up was performed
in 98% of these patients, with a median of 3.4 years.
The patients were divided in two groups: patients with recent
MI (< 30 days) and patients without recent MI. Results:
Patients with recent MI had less co-morbidities, but more
multiarterial disease (68.1% vs. 60.7%; P < 0.001), lesions
with thrombus (13.6% vs. 1.3%; P < 0.001), TIMI flow 0/1
(8.3% vs. 1.1%; P < 0.001), and moderate/severe LV dysfunction
(23.2% vs. 10.9%; P < 0.001) when compared with
patients without MI. The recent MI group received 1.6 + 0.8
stents/patient and more glycoprotein IIb/IIIa inhibitors (19.6%
vs. 2%; P < 0.001), but the angiographic success (> 99%)
was similar between groups. In the late follow-up, the incidence
of cardiac death (6.4% vs. 2.7%; P < 0.001) and stent
thrombosis (3.6% vs. 1.3%; P < 0.001) was significantly
greater in the recent MI group. Recent MI remained anindependent predictor of stent thrombosis in multivariate analysis
(HR 2.96, 95% CI 1.62-5.41; P < 0,001). Conclusions:
Patients with MI < 30 days treated with DES had a worse
prognosis when compared with patients without recent MI,
including a higher incidence of cardiac death and a 2.5 times
greater occurrence of stent thrombosis rate up to 7-year
follow-up.