Atualmente são ainda desconhecidas as implicações
prognósticas tardias da doença arterial coronária (DAC)
estável em pacientes jovens. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o prognóstico de pacientes adultos jovens com diagnóstico
de DAC estável, tratados por meio de intervenção
coronária percutânea (ICP) e acompanhados por até 10 anos.
Métodos: A população do estudo foi constituÃda por pacientes
jovens (idade abaixo do 10o percentil) de um grupo de 1.394
pacientes consecutivos tratados para DAC estável por via
percutânea.
As caracterÃsticas dos pacientes foram coletadas
prospectivamente. Após o procedimento foi realizado seguimento
ambulatorial, com análise do prontuário hospitalar eletrônico
e contato telefônico, quando necessário. O desfecho primário
foi a mortalidade geral e o desfecho secundário, a mortalidade
cardiovascular. Resultados: Foram selecionados 140 pacientes,
com média de idade de 43,7 ± 4 anos (mÃnimo de 26 anos e
máximo de 48 anos), predominantemente do sexo masculino
(76,4%). Diabetes melito estava presente em aproximadamente
um quinto dos pacientes e metade apresentava infarto prévio.
Os pacientes foram seguidos por uma média de 94,6 ±
36,2 meses e a mortalidade geral no seguimento de 10 anos
foi de 6%, com mortalidade cardÃaca de 5,3%. Todos os
pacientes que morreram obtiveram sucesso no procedimento
inicial e apenas um dos casos não apresentava infarto prévio.
Conclusões: Em nossa prática clÃnica, pacientes jovens comcoronariopatia crônica tratados com ICP mostraram ter bom
prognóstico tardio.
The late prognostic implications of stable coronary
artery disease (CAD) in young patients are currently
unknown. The objective of this study was to evaluate the
prognosis of young adult patients diagnosed with stable
CAD, treated by percutaneous coronary intervention (PCI)
and followed-up for 10 years. Methods: The study population
consisted of young patients (age below the 10th percentile) of
a group of 1,394 consecutive patients treated for stable CAD
using the percutaneous approach. Patient characteristics were
collected prospectively. After the procedure outpatient followup
was performed, including the analysis of the electronic
medical
records and telephone contact, whenever required.
The primary outcome was overall mortality and the secondary
outcome was cardiovascular mortality. Results: One hundred and
forty patients were selected, with mean age of 43.7 ± 4 years
(ranging from 26 to 48 years) and were predominantly males
(76.4%). Diabetes mellitus was present in approximately one
fifth of patients and half of them had a previous myocardial
infarction. Patients were followed for an average of 94.6 ±
36.2 months and the overall mortality after 10 years was 6%,
with cardiac mortality of 5.3%. All of the patients who diedhad a successful index procedure and only one of the cases
did not have a previous myocardial infarction. Conclusions:
In our clinical practice, young patients with chronic CAD
treated by PCI demonstrated a good late prognosis.