Objetivo: Realizar uma análise comparativa entre as lesões encontradas em motociclistas envolvidos em acidentes
de trânsito e vÃtimas de outros mecanismos de trauma fechado. Métodos: Análise dos protocolos (colhidos
prospectivamente) dos traumatizados com idade superior a 13 anos, admitidos de 10/06/2008 a 01/09/2009,
vÃtimas de trauma fechado. Foram coletadas informações sobre mecanismo de trauma, dados vitais à admissão,
exames complementares, lesões e tratamento. A estratificação da gravidade do trauma e das lesões foi realizada
pelo cálculo dos Ãndices de trauma: RTS, escala de coma de Glasgow (ECG), AIS, ISS e TRISS. Comparamos as
variáveis entre os motociclistas (grupo A) e os demais (grupo B). Consideramos graves as lesões com AIS > 3.
Para a análise estatÃstica, utilizamos os testes t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado e Fisher, considerando
p < 0,05 significativo. Resultados: Foram incluÃdos no estudo 3.783 vÃtimas de trauma fechado, com idade de
14 a 99 anos, sendo 76,0% do sexo masculino. Os mecanismos de trauma mais frequentes foram os acidentes
com motociclistas (24,4%) e atropelamentos (22,6%). Na comparação das variáveis entre os grupos A e B, observamos
que os motociclistas apresentaram, significativamente, (p < 0,05), menor média etária (28,9 ± 8,5
anos vs. 42,4 ± 18,5 anos) e menor média de AIS em segmento cefálico (0,3 ± 0,9 vs. 0,8 ± 1,1), como também,
maior média da ECG à admissão (14,5 ± 1,9 vs. 14,2 ± 2,2), de AIS em extremidades (1,5 ± 1,2 vs. 0,9 ± 1,2), de
RTS (7,8 ± 0,5 vs. 7,7 ± 0,6) e de TRISS (0,98 ± 0,1 vs. 0,97 ± 0,1). O gênero masculino foi significativamente
mais frequente no grupo A (87,9% vs. 72,6%). Na comparação das lesões entre os grupos, notamos que os motociclistas
apresentaram, significativamente, (p < 0,05), menor frequência de hematomas extradurais (0,6% vs.
2,1%), hematomas subdurais (0,9% vs. 2,1%), hemorragia subaracnóidea (0,9% vs. 2,2%), contusão encefálica
(1,2% vs. 3,6%) e lesões graves em crânio (4,8% vs. 9,4%), bem como maior frequência de lesão axonal difusa
(1,6% vs. 0,7%), fraturas de membros superiores (7,9% vs. 4,4%), inferiores (7,7% vs. 5,2%), e lesões graves em
extremidades (20,6% vs. 12,6%). Conclusão: Em comparação à s vÃtimas dos demais mecanismos de trauma, os
motociclistas apresentaram menor frequência e gravidade das lesões em segmento cefálico, bem como maior
frequência e gravidade das lesões em extremidades.
Objective: To conduct a comparative analysis of the lesions found among motorcycle riders involved in traffic
accidents and victims of other mechanisms of blunt trauma. Methods: Analysis of data prospectively collected
on protocols for trauma patients older than 13 years, admitted from 06/10/2008 to 09/01/2009, victims of blunt
trauma. Data collected included trauma mechanism, vital signs at admission, laboratory tests, injuries, and treatment.
Stratification of trauma and lesion severity was performed by calculating the trauma index: Glasgow
Coma Scale (GCS), Revised Trauma Score (RTS), Abbreviated Injury Scale (AIS), Injury Severity Score (ISS) and
TRISS. We compared the variables between motorcycle riders (group A) and the others (group B). Severe injuries
were considered when AIS > 3. For statistical analysis, we used Student’s t, Mann Whitney, chi-square and
Fisher’s test, with p < 0.05 considered statistically significant. Results: The study included 3,783 blunt trauma
victims, aged 14 to 99 years, of which 76.0% were males. The most frequent trauma mechanisms were accidents
involving motorcycle riders (24.4%) and pedestrians (22.6%). When comparing the variables between groups
A and B, we observed that motorcycle riders were significantly (p < 0.05) younger (28.9 ± 8.5 years vs. 42.4 ±
18.5 years) and had lower mean AIS in the head segment (0.3 ± 0.9 vs. 0.8 ± 1.1), as well as higher mean GCS at
admission (14.5 ± 1.9 vs. 14.2 ± 2.2), AIS in the extremities (1.5 ± 1.2 vs. 0.9 ± 1.2), RTS (7.8 ± 0.5 vs. 7.7 ± 0.6)
and TRISS (0.98 ± 0.1 vs. 0.97 ± 0.1). Men were significantly more frequent in group A (87.9% vs. 72.6%). When
comparing injuries between groups, we observed that the motorcycle riders had significantly (p < 0.05) lower
frequency of extradural hematomas (0.6% vs. 2.1%), subdural hematomas (0.9% vs. 2.1%), subarachnoid hemorrhage
(0.9% vs. 2.2%), brain injury (1.2 vs. 3.6%), and severe head injuries (4.8% vs. 9.4% ), as well as higher
frequency of diffuse axonal injury (1.6% vs. 0.7%), upper- (7.9% vs. 4.4%) and lower-limb fractures (7.7% vs. 5,
2%), and severe extremity lesions (20.6% vs. 12.6%). Conclusion: Compared to victims of other trauma mechanisms,
motorcycle riders had a lower frequency and severity of head injuries, as well as increased frequency and
severity of lesions in the extremities.