Nosso objetivo neste artigo consiste em analisar o espaço do absurdo no romance Caieira, do escritor matogrossense Ricardo Guilherme Dicke. Como suporte teóricometodológico, utilizamos as ideias sobre o absurdo de Camus. Durante a análise, percebemos que o espaço em que se desenvolvem as ações narradas em Caieira representa uma relação de dominação, em que os personagens são reduzidas a fantasmas ou objetos, presas num mundo de cal, árido de humanidade. Mesmo quando o personagem principal tenta reverter o quadro, acaba se transformando num reverso da mesma moeda, repetindo o modelo de dominação contra o qual se insurge, reeditando um ciclo de poder e dominação.
Our aim in this paper is to analyze the space of the absurd at the novel Caieira, by Ricardo Guilherme Dicke, writer from Mato Grosso. As a theoretical-methodological support, we use the ideas of on the absurd presented by Camus. During the analysis, we find that the space in which the actions narrated in Caieira develop represents a relationship of domination, in which the characters are reduced to objects or ghosts, trapped in a world of lime, arid of humanity. Even when the main character tries to reverse the situation, eventually becoming a reverse of the same coin, repeating the pattern of domination against which it protests, reissuing a cycle of power and domination.