O fungo Paracoccidioides brasiliensis é um patógeno humano com ampla distribuição na América Latina.
O fungo causa a paracoccidioidomicose quando propágulos da fase miceliana atingem os pulmões do hospedeiro. O
presente estudo analisou os aspectos clÃnico-patológicos de pacientes diagnosticados com PCM no Serviço de Anatomia
Patológica (SAP) do Hospital Araújo Jorge em Goiânia-Goiás, no perÃodo de 2000 a 2006. Os casos analisados foram
levantados a partir de livros de registro do SAP e os dados clÃnico-patológicos obtidos a partir dos respectivos laudos
médicos. Foram diagnosticados 77 casos de PCM, dos quais 94,8% eram pacientes do sexo masculino e 5,2% do sexo
feminino. A faixa etária de maior incidência identificada está entre os 40 e 60 anos de idade. Quanto à localização das
lesões, os maiores percentuais de casos foram encontrados na cavidade oral (25,97%), na laringe (12,98%), em
linfonodos (10,38%), na lÃngua (7,79%), na pele (6,49%) e no lábio (5,19%). Em relação à distribuição anual, o maior
número de casos (18), foi detectado no ano 2000. A PCM não é objeto de vigilância epidemiológica rotineiramente, e os
casos diagnosticados no Hospital Araújo Jorge não são devidamente informados, por não dispor de instrumento de
prevenção e por ser especializado preferencialmente no tratamento oncológico. No Brasil, tem-se registro de mais de 50
casos de PCM associados à AIDS o que coloca essa infecção como mais um indicador da sÃndrome. 100 anos após a sua
descrição, a paracoccidioidomicose segue sendo uma enfermidade que requer considerações, interesse continuado e
abordagem multidisciplinar.