Analiso a expatriação como uma experiência vivida por brasileiros no processo de construção de suas carreiras. O objetivo é examinar se as abordagens desenvolvidas por pesquisas que analisam a expatriação de profissionais de multinacionais de paÃses desenvolvidos para suas filiais em paÃses emergentes ajudam a entender essa experiência. Apresento, inicialmente, as crÃticas à abordagem do ajustamento, predominante nos estudos da gestão estratégica internacional de recursos humanos, e, posteriormente, busco suporte teórico nos estudos que tratam a expatriação como uma experiência multifacetada da construção de carreiras internacionais. Os dados foram coletados em duas etapas: a pesquisa de dados secundários, com a análise de conteúdo dos depoimentos de profissionais expatriados, veiculados em uma revista de negócios; e a análise de dados primários coletados em entrevistas realizadas com executivos que viveram essa experiência. Os resultados da pesquisa mostram diferentes dimensões da expatriação: pessoal, familiar, profissional e contextual. Também mostram que essa experiência constitui uma etapa de transição da carreira. Ainda, que as pesquisas em administração internacional de recursos humanos ignoram aspectos especÃficos da gestão de expatriados de paÃses emergentes para paÃses desenvolvidos.
I analyze expatriation as an experience lived by Brazilians while constructing their careers. The aim of this work is to examine if the approaches developed by the research that analyzes expatriation of professionals from multinational companies in developed countries to their branches in emergent countries may help us understand this experience. Initially, I present the criticism to the adjustment approach, which is the predominant approach in the studies of strategic international human resource management. Afterwards, I seek for theoretical support in studies dealing with expatriation as a multifaceted experience of constructing international careers. The data were collected in two steps: the research of secondary data with content analysis of testimonies by expatriated professionals from a business magazine; and analysis of the primary data collected in interviews with executives who had lived this experience. The results of the research show different dimensions of expatriation: personal, familiar, professional, and contextual. They also show that this experience is a stage in career transition. Additionally, the research into international human resource management ignores specific aspects related to management of expatriated workers from emergent countries to developed ones.