A teoria do estado de emergência por Giorgio Agamben, em que, longe de ser uma medida provisória extraordinária, tenha se tornado uma técnica de governo, pode ajudar a compreender a configuração legal e espacial dos Jogos OlÃmpicos. Este artigo analisa os documentos fundamentais da arquitetura jurÃdica de Londres 2012, a fim de mostrar o seu impacto sobre a regulação e vigilância do espaço econômico e polÃtico da cidade. Depois de apresentar os pilares fundamentais da governança olÃmpica, o texto centra-se na construção jurÃÂdica da excepcionalidade. Através de um sistema de legitimação com base na necessidade e ameaça, as regras associadas com os Jogos aprovadas pelo governo britânico consegue efetivamente materializar um estado de exceção: uma espécie de paraÃso capitalista, no qual a atividade econômica é regulada por contratos exclusivos, toda a atividade polÃtica é criminalizada e privilégios são protegidos policial e militarmente. Assim, Londres 2012 pode ser descrito como um “espaço de exceçãoâ€.
Giorgio Agamben’s theory of the state of exception, which, he argues, has become a technique of government rather than a provisional and exceptional measure, may help to understand the legal and spatial configuration of the Olympic Games. This text analyses the key documents in the legal architecture of the Olympics, and their impact in the regulation and surveillance of the economic and political space of the city. After summarising the key components of the governance of the Games, the text focuses in the configuration of exceptionality. Legitimated on the basis of necessity and threat, the regulations linked to the Games passed by the British Government effectively materialise an state of exception: a capitalist paradise in which economic activity is subject to exclusive contracts, political activity is criminalised, and where these privileges are protected by the police and military-grade security. Hence, the idea of London 2012 as a “space of exceptionâ€.
La teorÃa del estado de excepción de Giorgio Agamben, según la cual, lejos de ser una medida provisional y extraordinaria, éste habrÃa devenido una técnica de gobierno, puede ayudar a entender la configuración legal y espacial de los Juegos OlÃmpicos. Este texto analiza los documentos fundamentales de la arquitectura legal de London 2012 con el fin de mostrar su impacto en la regulación y vigilancia del espacio económico y polÃtico de la ciudad. Tras presentar los pilares fundamentales de la gobernanza olÃmpica, el texto se centra en la configuración jurÃdica de la excepcionalidad. A través de un sistema de legitimación basado en la necesidad y la amenaza, la normativa asociada a los Juegos aprobada por el Gobierno Británico logra efectivamente materializar un estado de excepción: una suerte de paraÃso capitalista, en el que la actividad económica está regulada por contratos exclusivos, toda actividad polÃtica está criminalizada, y los privilegios son protegidos policial y militarmente. De aquà que London 2012 pueda ser calificado como un “espacio de excepciónâ€.