Ao perscrutar o movimento social de trabalhadores de junho de 1949, ocorrido em
Fernandópolis-SP, problematizo o processo histórico de criminalização desse movimento e
de outros movimentos sociais no Brasil, assim como as disputas em torno dos processos
sociais de construção de memórias sobre as experiências desses trabalhadores e seus
movimentos sociais de luta pela terra. Esse processo histórico vivido pelos trabalhadores na
região Noroeste do Estado de São Paulo estava relacionado a circunstâncias vividas,
envolvendo a pressão e exploração do latifúndio, a organização de movimentos sociais
diversos, a luta polÃtica partidária, a repressão polÃtica e policial do DOPS. A experiência
social desses trabalhadores possibilita discutir a questão agrária no passado e na
contemporaneidade, pois é significativo que diversos sujeitos atribuem relação entre o
“levante comunista†de 1949 em Fernandópolis e as lutas dos trabalhadores sem-terra
hodiernos.