Nesta pesquisa, propôs-se testar a hipótese de que a distração, durante o preparo e a administração de medicamentos, pode conduzir ao erro. No Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital filantrópico foram realizadas observações não participantes e diretas das atividades do processo medicamentoso desempenhadas pela equipe de enfermagem em todos os plantões. No perÃodo de observação, foram administrados 136 fármacos, totalizando 43 erros, dentre os quais omissão, velocidade de infusão, via, dose, diluição e horário. Durante a coleta de dados, foram identificados 100 fatores que poderiam causar distrações da enfermagem predispondo seu erro: telefone fixo da instituição ou celular tocando, interrupção por outros profissionais, mudanças não padronizadas de prescrições médicas, sobreposição de diferentes tarefas pelo mesmo profissional nos horários padronizados para medicação e ausência de planejamento formal da assistência. Embora 21% dos erros de medicação relacionados ao preparo e à administração de medicamentos em horário errado tenham sido induzidos pelo evento que causa distração “mudanças não padronizadas de prescrições médicasâ€, não houve correlação significativa entre os erros identificados e os fatores que poderiam conduzir à distração. Portanto pode-se inferir que, na condição estudada, não existe relação direta entre os possÃveis fatores que causam distração e os erros relacionados ao preparo e à administração de medicamentos.