Migração de pacientes para transplante hepático

REVISTA MÉDICA DE MINAS GERAIS

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Editor Chefe: Enio Roberto Pietra Pedroso
Início Publicação: 31/08/1991
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina

Migração de pacientes para transplante hepático

Ano: 2011 | Volume: 21 | Número: 4
Autores: Agnaldo Soares Lima, Karina Paula Medeiros Prado Martins, Flávia Couto de Almeida, Luciana Costa Faria
Autor Correspondente: Agnaldo Soares Lima | [email protected]

Palavras-chave: transplante de fígado, lista de espera terapeutica, migração, sistema meld

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A necessidade premente de tratamento leva o hepatopata candidato a transplante de fígado a verdadeiras peregrinações. A migração do paciente em busca de
tratamento se faz por indisponibilidade do recurso em sua região de origem ou pelo benefício de obtê-lo mais rapidamente em outros centros. O objetivo deste
estudo é identificar a procedência dos pacientes encaminhados para transplante de fígado no Hospital das Clínicas da UFMG e caracterizar a migração de pacientes
para essa modalidade de tratamento. Método: foram revistos os registros de 1.241 pacientes encaminhados no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2010. Dados
clínicos, demográficos e modo de alocação (cronológico ou por gravidade) foram comparados segundo sua procedência. A pontuação Model for End-stage Liver
Disease (MELD) ao encaminhamento, as indicações clínicas, o tempo de espera, a mortalidade em lista e o acesso ao tratamento foram comparados entre residentes e
não residentes em Minas Gerais. Foram excluídos casos pediátricos, retransplantes, hepatite fulminante e os pacientes cujos prontuários não dispunham de informações
mínimas adequadas para análise. Resultados: entre os 847 pacientes analisados, 68% eram homens. O MELD inicial médio era de 16,9±5,4 e a permanência em lista
de espera foi de 340 dias (mediana). Dos pacientes, 84,1% eram residentes em Minas Gerais. As indicações mais frequentes foram as cirroses por álcool (32,4%) e pelo
VHC (28,1%). Pacientes de outros estados apresentaram menos tempo de espera (p<0,05) e menos mortalidade em lista de espera no período pré e pós-MELD. O
número de migrantes não se alterou com a implantação da alocação pelo MELD. Candidatos oriundos da região central de Minas (6,92 casos/milhão habitante/ano)
tiveram mais acesso ao transplante que os de outras regiões (p<0,05). A incidência de óbitos em lista de espera não foi diferente entre as regiões do estado. Conclusão:
pacientes do interior de Minas tiveram menos acesso ao transplante hepático do que os da região central. Pacientes que migram de outros estados para Minas Gerais à
procura de transplante hepático esperam menos tempo em lista.