O objetivo deste artigo é apresentar algumas das contribuições e limitações
da hipótese de movimento de núcleo, hoje bastante criticada pela literatura, para
estudos relacionados a adjetivos do português brasileiro. Os autores que
assumem tal hipótese defendem que adjetivos são gerados pré-nominalmente e
que o movimento do nome sobre o adjetivo explica a ordem superficial não
marcada (posposta ao nome, no DP). Há, no entanto, duas formas diferentes de
analisar a natureza dos adjetivos que têm se destacado na literatura: de um lado,
diversos autores, representados neste artigo por Crisma (1990, 1993, 1996),
defendem que adjetivos entram nos DPs como especificadores de projeções
funcionais especÃficas e, assim, são sempre XPs; de outro, autores como
Bernstein (1993), por exemplo, defendem que adjetivos podem ser auxiliares ou
adjuntos, isto é, podem ser núcleos ou XPs. Tal divergência aponta quais os
problemas que uma nova hipótese deve enfrentar.
The objective of this article is to present some of the contributions and
limitations of the head movement hypothesis – which today has been very criticized by the literature – to the studies related to Brazilian Portuguese
adjectives. The authors who assume such hypothesis claim that adjectives are
generated prenominaly and that the movement of the name on the adjective
explains the unmarked superficial order (positioned after the name, in DP).
However, there are two different ways of analyzing the nature of adjectives that
have been highlighted in the literature: in one side, several authors, represented
in this article by Crisma (1990, 1993, 1996), defend that adjectives enter in DPs
as specifiers of specific functional projections and, thus they are always XPs; on
the other side, authors such as Bernstein (1993), for example, claim that
adjectives can be auxiliars or adjuncts, that is, they can be heads or XPs. This
divergence points to which problems a new hypothesis should face.