OBJETIVO: verificar hábitos prejudiciais à voz referidos por crianças disfônicas e por seus respectivos pais e mães e compará-los com dados obtidos de um grupo controle, constituÃdo por crianças sem alterações vocais e seus respectivos pais e mães.
MÉTODO: investigou-se 28 crianças disfônicas, com idade entre 6 e 12 anos e seus pais (Grupo de Estudo - GE) e 22 crianças sem alterações vocais, com a mesma faixa etária, e seus respectivos pais (Grupo Controle - GC). As vozes foram classificadas em "alteradas" e "não alteradas" por meio de análise perceptivo-auditiva com amostra da fala espontânea.Todos responderam a um questionário sobre fatores prejudiciais à voz. Para análise dos resultados foram aplicados os testes de comparação de duas proporções (p<0,05).
RESULTADOS: verificou-se que as crianças do GE apresentaram significantemente mais os hábitos: falar com esforço, falar sem descansar e imitar vozes. Os pais do GE relataram significantemente mais hábitos de: pigarrear, gritar, falar junto com os outros, além de viver em ambiente de fumantes. As mães do GE apresentaram significantemente mais hábitos de: falar com esforço, falar em ambiente ruidoso e falar muito rápido. Viver em ambiente familiar ruidoso foi significantemente mais relatado por crianças, pais e mães do GE quando comparados aos do GC.
CONCLUSÃO: independentemente de fatores que possam justificar a disfonia, crianças disfônicas e seus pais e mães relataram maior ocorrência de hábitos prejudiciais à voz e viver em ambiente familiar ruidoso do que crianças sem alterações vocais e seus respectivos pais e mães.
PURPOSE: to investigate harmful vocal habits referred by dysphonic children and their parents and compare them with data gathered from a control group made up by children with no vocal alterations and their parents.
METHOD: twenty-eight dysphonic children, with ages between 6 and 12 year old and their parents, (Study Group - SG) along with 22 children with no vocal alterations, from the same age group, and their parents (Control Group - CG) were investigated. The voices were classified as "healthy" and "unhealthy", depending on the result obtained from the percentage analysis of a spontaneous speech sample. Subjects answered a questionnaire about harmful vocal habits. Tests for comparing two proportions (p <0.05) were used in order to analyze the results.
RESULTS: SG children showed a significantly higher number of habits such as speaking with effort, speaking without resting and imitating voices. SG fathers showed a significantly higher number of habits such as clearing the throat, shouting, speaking at the same time as others, in addition to living in smokers' environment. SG mothers significantly showed more habits such as speaking with effort, speaking in noisy environments and speaking too quickly. Living in noisy familiar environments was significantly reported by children, fathers and mothers of SG when compared to those of the CG.
CONCLUSION: despite the factors that explain dysphonia, dysphonic children as well as their fathers and mothers reported a higher incidence of harmful vocal habits and living in noisy familiar environments than children with no vocal alterations and their parents.