As consequências da violência escolar para os estudantes vitimizados têm sido muito
estudadas: sintomas de depressão, ansiedade, notas baixas, abandono escolar, bem
como comportamentos agressivos. O objetivo desse artigo é analisar a percepção dos
estudantes sobre a atuação dos funcionários escolares em situações de violência na
escola. Um questionário de autorrelato desenvolvido para o estudo, com questões
acerca das experiências de vitimização escolar nos últimos seis meses, foi utilizado
em três escolas com diferentes caracterÃsticas socioeconômicas do público atendido
numa cidade do Sul do Brasil. Participaram aproximadamente 220 estudantes por
escola (669 estudantes no total), 53,7% eram meninas e 46,3% eram meninos, com
uma média de idade de 12,9 anos, da quinta a oitava séries do Ensino Fundamental.
Não houve diferença significativa entre as escolas acerca da proteção fornecida pelos
funcionários. Na presença destes, em média 78% dos estudantes foram xingados (chisquare,
d.f.=4, Z=7.892, p=0,096), 54% foram ameaçados (chi-square, d.f.=4,
Z=2.742, p=0,602), e 54% agredidos fisicamente (chi-square, d.f.=4, Z=8.181,
p=0,085). Quando os estudantes tinham problemas na escola, a maioria contou aos
pais (63%), 55% relataram aos amigos, sendo os professores escolhidos em terceiro
lugar (19%), (alguns estudantes não relataram a qualquer pessoa - 11%). Quando os
estudantes não são protegidos pela equipe escolar podem tentam revidar as ofensas
sofridas, agregarem-se a gangues e usar a violência como norma social.
The consequences of school violence to victimized students have been studied in
detail: symptoms of depression, anxiety, low school performance, school dropout, as
well as further aggressive behaviors. This paper intends to analyze students'
perception of school staff in respect to responses to school violence episodes. A selfreport
questionnaire developed by the authors with questions about experiences of
school victimization and offenses within the last six months was employed in three
schools in Southern Brazil. Participants, who had different social and economical
backgrounds, involved approximately 220 students per school (in total 669); 53.7%
were girls and 46.3 % were boys, with a mean age of 12.9 years, from grades 5-8. No
significant differences among schools regarding the protection provided by employees
were found. In the presence of employees, an average of 78% students were called
names by other students (chi-square, d.f.=4, Z=7.892, p=0,096); 54% received threats
(chi-square, d.f.=4, Z=2.742, p=0,602); and 54% were beaten (chi-square, d.f.=4,
Z=8.181, p=0,085). When students have problems in school, most of them tell their
parents about it (63%), others tell their friends (55%), and teachers are the third option
to be chosen (19%); in addition, there are students that do not tell anybody (11%).
When students are not protected by staff when faced by school violence, they possibly
try to retaliate or join gangues, accepting violence as a social norm.