O presente artigo analisa os impactos e a dinâmica da apropriação do constitucionalismo
na provÃncia de Minas Gerais, entre 1820 e 1822. Para tanto, focaliza as duas ordens de
prioridades que, na conjuntura da crise do Antigo Regime e de sua superação, orientaram
as tendências e posturas polÃticas dos grupos locais: respectivamente, a preservação de
antigas autonomias polÃticas e econômicas e dos mecanismos consagrados de reiteração
das hierarquias sociais. No contexto da Independência, essas prioridades foram politizadas, direcionando a formação de uma postura liberal moderada em recusa aos dois extremos, supostamente capazes de ameaçá-las: o risco do despotismo e da anarquia, cujos
significados busca-se qualificar neste artigo.