Apesar dos princÃpios democráticos estabelecerem um espaço formal de construção coletiva, a gestão escolar perpassa pela complexidade multidimensional e dentre outros aspectos o efetivo processo participativo depende da interação dos sujeitos na instituição. Neste trabalho, propõe-se como objetivo norteador o estudo sobre a dimensão da subjetividade à luz da psicanálise, para compreensão da constituição singular do gestor escolar a partir da sua trajetória educacional e atuação profissional e, também, para reconhecer a dimensão inconsciente que permeia as relações entre membros da equipe. Analisam-se obras metapsicológicas da “virada dos anos 20â€, enfocando a teoria de Freud (1921) sobre como os laços afetivos reúnem sujeitos na dinâmica de grupos, e a intersecção entre psicanálise e organizações é discutida a partir de estudos sobre a relação sujeito-grupo-instituição segundo Enriquez (1991; 2008) e Kaës (1991). O estudo traz também uma compreensão diferenciada da “noção de infantil para a psicanálise, das idéias de infância e de infantilidade do comportamento†(TANIS, 1995), constitutiva da relação consigo, com o outro e com o mundo (CHARLOT, 2000). A partir de Estudo de Caso com abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas com a equipe escolar e anotações em diário de campo, somado a atividades e fóruns online da diretora e professora-coordenadora numa disciplina de Tópicos Especiais ofertada pela Escola de Gestores 2010 / MEC / UnB, na modalidade a distância. Destaca-se o uso do dispositivo de Memória Educativa (ALMEIDA; RODRIGUES, 1998), que permite ao sujeito historizar sua trajetória escolar e a emergência mÃnima do sujeito da enunciação.