Neste artigo serão discutidas as complexidades da construção da identidade nordestina articulada a partir de determinadas sonoridades assumidas coletivamente como “caracterÃsticasâ€. Parte-se da ideia de que a noção de nordestinidade está estreitamente relacionada com a ideia de masculinidade. O tipo nordestino, cabra macho e sertanejo forte, é descrito em sons, imagens e narrativas que estabelecem um modelo de masculinidade efetivo, compartilhado em canções e timbres. Como um gênero musical estreitamente identificado com o Nordeste, o forró negocia em seu repertório modos de pensar e acionar essa masculinidade nordestina, ligada à s ideias de força e virilidade. Suas sonoridades instrumentais mais caracterÃsticas – a sanfona e, atualmente, o naipe de metais – acionam tais modelos e, deste modo, processam e atualizam tanto o pertencimento regional quanto certos modelos de masculinidade.