Em Cidades mortas, livro publicado pela primeira vez em 1919, é reunida uma série de contos escritos entre 1900 e 1910. Monteiro Lobato (1882-1948) critica as especificidades do rural brasileiro. Ele o vê como decadente e sem perspectivas de ser reabilitado, porque, segundo entende, caÃra em profunda exaustão. Nos contos ambientados na região valparaibana, as imagens elaboradas para falar da decadência são trágicas e mórbidas. A ideia de rural aparece em oposição ao urbano. A construção do urbano, feita por Lobato, é vinculada ao progresso, entendido como modernização ligada ao dinamismo das cidades. O modelo é São Paulo e também a rica Ribeirão Preto, na região do Oeste Paulista. Monteiro Lobato critica a velha elite cafeicultora valparaibana decadentista por seus desperdÃcios, pelo absenteÃsmo, pela falta de racionalidade no trato com as lavouras e por suas reclamações de protecionismo governamental. Para o autor, a mentalidade desses perdedores ficou presa ao passado colonial; um obstáculo para o progresso da nação.
In Dead cities, a book first published in 1919, is collected a series of short stories written between 1900 and 1910. Monteiro Lobato (1882-1948) criticizes the specificities of Brazilian rural. He sees it as decadent and no prospects of being rehabilitated, because as he understands it fell into deep depletion. In the tales acclimatized in the valparaibana region, the images prepared to talk about the decadence are tragic and morbid. The rural idea appears in opposition to urban idea. The urban construction, done by Lobato, is linked to progress; it is understood as modernization linked to the dynamism of cities. The model is São Paulo and also the rich Ribeirão Preto, in the West region of São Paulo. Monteiro Lobato criticizes the old and decadent valparaibana coffee elite for their waste, absenteeism, lack of rationality in dealing with crops and for their claims of government protectionism. For the author, those losers’ mentality will be attached to the colonial past, an obstacle to the nation progress.