O objetivo deste artigo é mostrar especificidades femininas que podem trazer
diferencial ao exercÃcio da função gerencial em função da globalização significando
exigências na formação deste profissional. No Brasil, este processo histórico tem
provocado importantes mudanças como, por exemplo, uma maior inserção das
mulheres no mercado de trabalho, ocupando até cargos mais elevados, que
demandam maior qualificação. O aumento do ingresso feminino no mundo do trabalho
pode ser compreendido como decorrente das transformações na economia, no
comportamento e nos valores do papel social da mulher. Tais mudanças foram
intensificadas pelos movimentos feministas e pela crescente presença das mulheres
em espaços públicos e privados, fatos que tomam contornos peculiares quando se
considera, ainda, a queda de fecundidade e nÃveis mais elevados de escolaridade e de
presença nas universidades.
A pesquisa realizada com 45 mulheres gerentes, sendo 19 do setor industrial e 36
do setor bancário, da região metropolitana de Belo Horizonte (MG/Brasil) mostra que
no setor industrial percebe-se um processo conservador onde a mulher gerente
incorpora e se submete a valores masculinos. No setor bancário há indicações de um
processo moderno em que as mulheres gerentes atuam com valores ligados à própria
função e se posicionam no mesmo nÃvel que os homens gerentes.
Sem dúvidas, a generalização desses indicativos exige pesquisas complementares,
mas por outro lado demonstra a diversidade da realidade e da prática organizacional
bem como a necessidade de questionamentos e análises mais sofisticadas da questão
do gênero nas organizações e em particular no espaço gerencial. Favorecendo a
construção de novas propostas para a formação do administrador.