buscamos nesse artigo apontar como Merleau
-Ponty diagnostica nossa época enquanto um estado de
não-filosofia, ou seja, enquanto uma época em crise. Para o
filósofo, essa crise está marcada em nossas formas de vida
e é expressa de forma clara na interpretação de Kojève da
dialética do Senhor e do Escravo de Hegel. Para Merleau
-Ponty, Kojève descreve nossa modernidade ao mostrar que
a luta pelo reconhecimento está presente nas relações intersubjetivas. Entretanto, Merleau-Ponty não acredita que esta
luta seja fundante de nossas formas de vida. Ele nos sugere
que um conflito só é possÃvel a partir de um terreno comum
que nos lembra o mundo infantil. Mundo esse que não é
suprimido em nossa vida adulta e que podemos encontrar,
por exemplo, nas relações amorosas.
I attempt to show how Merleau-Ponty describes
our time as a state of non-philosophy, in other words, as in
a time of crisis. For the philosopher, this crisis is marked in
our ways of life and is expressed clearly in the interpretation of Kojève’s dialectic of Lord and Slave of Hegel. For
Merleau-Ponty, Kojève describes our modernity by showing
that the struggle for recognition is present in interpersonal
relations. However, Merleau-Ponty does not believe that this
conflict is the foundation to our ways of life. He suggests
that a conflict is only possible from a common ground,
something that reminds us the world of the infant. A world
that is not suppressed in our adult lives and that we can
find, for example, in love relationships.