A memória precisa de um lugar fixo para se estabelecer? A memória precisa de arquivos para existir? E que tipo de arquivos? Embora se possa dizer que a memória talvez nunca tenha se definido a partir de um lugar fixo, penso que o próprio estabelecimento do conceito enquanto tal é marcado pela ideia de um lugar, de um registro em que a memória possa ser encontrada. Mesmo quando ela é associada ao imaginário, ou ao que é instável, há uma tensão associada à busca de um local da/para a memória. O propósito desse artigo é verificar como essa organização que cria a memória, e um lugar no passado ao qual ela se refere, quando associada aos metadados e aos ambientes programáveis, tensiona a relação entre memória e imaginário, trazendo à tona o que se propõe denominar como lugares imaginários. Analisamos dois projetos, Sorting Daemons e Blackpool-Manchester, numa tentativa de elucidar como estas obras, cada uma à sua maneira, constrói tais lugares imaginários.